A última mesa do 9º Fórum Internacional de Patrimônio Arquitetônico Brasil – Portugal oportunizou um panorama dos desafios das cidades e dos profissionais que atuam na proteção do patrimônio histórico. Mais do isso, evocou o compromisso dos profissionais da arquitetura e urbanismo com a preservação da história e a construção do futuro das cidades. A partir da palestra do Presidente da União Internacional de Arquitetos –UIA, José Luis Cortes, autoridades e representantes de organizações da arquitetura e urbanismo nos países lusófonos em três continentes foram convidados a apresentar reflexões finais após três dias de intensos debates em São Luís do Maranhão.
Diante de um público formado essencialmente por arquitetos e urbanistas que se dedicam a atuar na preservação do patrimônio e estudantes presentes no auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do Maranhão, o presidente da UIA saudou o interesse do público jovem. “Este é um momento histórico de renovação e é muito bom ver tanta gente jovem, pois são a esperança do mundo”, afirmou.
Apontando paradigmas da arquitetura contemporânea, Cortes resgatou os temas urbanos recentemente colocados em cheque pela pandemia da covid-19 em todo o mundo. “Por falta de preparo, morreram seis milhões no mundo e isso muito tem a ver com a arquitetura”, afirmou. Destacando que a arquitetura sempre teve um lugar preponderante na história, o presidente apontou como desafio urgente e estratégico oferecer respostas às questões climáticas e ambientais. “A arquitetura neste momento precisa definir quais são seus paradigmas e um dos maiores é a relação do meio construído com o meio natural. Sem descarbonizar o mundo e entender como mitigar os danos ambientais, não podemos saber como será a arquitetura no futuro”, afirmou.
Para comentar o discurso do presidente da UIA, a organização do 9º FIPA convidou a Coordenadora Geral FIPA–BR e professora da FAU/USP, Maria Rita Amoroso; a presidente CAU Brasil, Nadia Somekh; a coordenadora geral FIPA–PT/UA, Alice Tavares; o presidente do Conselho Internacional de Arquitetos Língua Portuguesa – CIALP, Rui Leão; o coordenador da União das Cidades Capitais Língua Portuguesa UCCLA, Rui Lourido; e o diretor geral do DGPC-PT, João Carlos Santos. A mesa contou com mediação do presidente do Congresso UIA RIO 2021 Sergio Magalhães, professor da UFRJ e do IAB.
Diante dos desafios colocados por Cortês, a presidente Nadia Somekh procurou apontar caminhos para que a arquitetura e urbanismo façam frente aos desafios que colocam em risco o patrimônio e também o futuro das cidades. A presidente relatou as ações que vem sendo empreendidas pelo CAU e destacou o Projeto Amazônia 2040. “Este projeto traz a perspectiva de atender aos desafios que foram colocados aqui, apontando possibilidades concretas de sustentabilidade, repensando os materiais que podemos utilizar”, afirmou. O fomento à Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS) é outra matriz de atuação do CAU, convergindo em soluções para a proteção do patrimônio e para enfrentar a baixa qualidade das moradias no país. A presidente também informou que a partir desta edição, o FIPA passou a integrar o calendário oficial do CAU Brasil.
A mesa teve transmissão ao vivo pelo canal da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico de São Luís/MA (FUMPH) no Youtube.
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O 9ª FIPA Brasil – Portugal aconteceu entre os dias 14 e 16 de junho na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do Maranhão, no centro histórico da capital maranhense. O evento contou com o apoio do CAU Brasil, CAU/MA, União Internacional dos Arquitetos (UIA), Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH) e Prefeitura Municipal de São Luís/MA. A próxima edição acontece em Évora em junho de 2024.
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