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A arquitetura com qualidade ambiental e eficiência energética

O projeto arquitetônico atual deve, obrigatoriamente, levar em consideração as questões ambientais e uma forte tendência de normas cada vez mais rígidas com relação à questão ambiental no projeto, exigindo assim uma maior preparação dos arquitetos para projetarem edifícios com qualidade ambiental e com eficiência energética, elevando o desempenho da edificação durante sua vida útil, considerando aspectos ambientais, sociais, econômicos, o entorno, a gestão dos recursos e a especificação dos materiais.
 

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Observa-se nos últimos anos no Brasil, uma ampliação dos edifícios projetados e construídos que incorporam os critérios da qualidade ambiental e da eficiência energética e estas construções seguem os princípios sustentáveis, além de reduzirem os custos com manutenção, geram um menor volume de resíduos, com consequente redução de gastos desnecessários com transporte e com sua disposição final.

 

A arquitetura sustentável exige do profissional arquiteto um maior conhecimento das relações bioclimáticas e de eficiência energética para sua plena realização e assim apresenta-se, hoje, em um nível de exigências sem precedentes, onde as demandas por edifícios mais confortáveis, seguros e, ao mesmo tempo, com consumo reduzido de energia e de água, associados a um menor impacto sobre o ambiente construído.

 

O arquiteto Siegbert Zanettini afirma que a “arquitetura contemporânea apoia-se em fundamentos que incluem questões sobre ecoeficiência, sustentabilidade, utilização das condições climáticas naturais, incorporação de novas formas de energia”. Dentre outros aspectos relevantes e fundamentais e diante das condições atuais de uma cidade em qualquer parte do planeta, é urgente a diminuição da exploração dos recursos naturais, da poluição e resíduos sólidos, como na utilização da eficiência energética e da qualidade ambiental.

 

Será possível nas cidades brasileiras, principalmente as de grande desenvolvimento e pertencentes a regiões metropolitanas, a qualidade ambiental dos edifícios, considerando as relações físicas, materiais e energéticas entre a construção e o ambiente que a circunda como o conforto ambiental interno, o consumo energético, a segurança, o impacto ambiental da construção e a tipologia do uso do edifício?

 

A qualidade ambiental remete muito mais a reflexões acerca dos problemas ambientais urbanos mais imediatos, ou seja, aqueles que se inserem num contexto apreendido entre os espaços verdes urbanos e os padrões de edificação e concentração populacional do que mesmo, padrões de qualidade ambiental que pode ser verificado nas novas edificações. Estes padrões fazem parte da cultura e dos valores sociais de cada sociedade e da mesma forma pode ser determinante na definição qualidade ambiental de um edifício, conforme os padrões locais de cada cidade.

 

A partir das argumentações citadas acima, a qualidade ambiental em um edifício é, em parte, objeto da percepção humana, portanto subjetiva, pois a organização dos elementos naturais e artificiais possibilita, através do arranjo de diferentes composições, a definição da qualidade ambiental. É uma questão de gosto, é uma questão de estética, porém mais do que isso é uma questão de funcionalidade que passa necessariamente pela organicidade do espaço, seja em um edifício ou meio urbano.

 

Enfim, é o momento de se pensar em uma arquitetura local que esteja em acordo com a cultura e os padrões das cidades brasileiras, sejam em qual região do País e não repetir edifícios que não possuem uma relação cultural com cidades, muitas vezes ricas em cultura, tradição e história, podendo muito bem referenciar este conjunto de valores para que a sociedade sinta que seus edifícios fazem parte de sua cultura local.

  

RENATO DE MELO ROCHA

Arquiteto e Urbanista, Mestre e Doutorando da Universidade de Brasília – UnB em edifícios com qualidade ambiental e eficiência energética, Professor de Construção Sustentável do IPOG e Coordenador geral do REARQ – Arquitetura e Urbanismo.

 

Publicado em 13/09/2016

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3 respostas

  1. Ecoeficiência, sustentabilidade, utilização das condições climáticas naturais, incorporação de novas formas de energia”.
    Simplesmente fantástico estas palavras
    parabéns Mestre, espero receber muito mais informações
    importantíssimas

  2. Jonathan Moraes, MT 20 de setembro de 2016 às 16:19

    seu comentário que é vazio.

    O texto aborda um tema bastante relevante, para se aprofundar no assunto busque outras fontes e não apenas desmereça o trabalho do professor!

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