O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) anunciou, na última segunda-feira (5), os vencedores do 13° Concurso CBCA para Estudantes de Arquitetura 2020. A equipe formada por alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) foi escolhida por unanimidade pela banca avaliadora.
O projeto vencedor, intitulado “Arquitetura que não toca o chão”, contou com a assinatura dos estudantes Augusto Longarine e Luiz Felipe Sakata, sob a orientação do Prof. Dr. Luciano Margotto Soares. A proposta enviada pela equipe procurou entender o adensamento urbano como indispensável para a sustentabilidade da ocupação humana no planeta, mas com um olhar sobre a cidade já edificada.
“Propusemos uma arquitetura leve e versátil, como o próprio aço, inaugurando a discussão sobre a utilização de espaços ociosos, residuais, dentro dos centros urbanos. É urgente que encaremos a cidade não como entrave, mas como uma solução possível de vida sustentável”, explica o estudante Augusto Longarine.
Para o segundo autor do projeto, Luiz Felipe Sakata, vencer o concurso foi uma oportunidade única, principalmente em termos de prestígio e reconhecimento. “Particularmente, sempre quisemos participar, mas por questões do calendário universitário não tínhamos conseguido. Nesse ano, resolvemos tentar para valer”, diz.
O estudante contou que, entre as maiores surpresas proporcionadas pelo concurso, receber a notícia de que o projeto havia sido escolhido por unanimidade foi o momento mais marcante.
“Ficamos em choque ao ver o resultado, foi um dos momentos mais importantes da graduação inteira sem dúvida alguma. Ter o projeto premiado foi para fechar com chave de ouro, pois nós nos formamos no final deste ano”, conta Luiz Felipe.
Projeto e avaliação
O concurso promovido pelo CBCA recebeu 132 equipes representando 18 estados brasileiros e 88 Faculdades de Arquitetura. Houve uma avaliação entre os 62 projetos que foram entregues, dentre os quais 40 foram selecionados para a avaliação final.
O júri avaliou, especialmente, o correto e apropriado uso do aço, tanto nos aspectos conceituais e arquitetônicos, como nos aspectos tecnológicos e construtivos dos trabalhos cadastrados no concurso.
De acordo com o arquiteto Marcelo Barbosa, presidente do júri, o objetivo da competição foi promover o conhecimento do aço como componente de sistemas construtivos, incentivar a investigação em torno do seu enorme potencial, suas tecnologias e aplicações na construção, e estimular o trabalho criativo dos alunos através da orientação de seus professores.
“Os projetos tiveram alto nível, possibilitando uma extensa discussão em torno dos premiados, onde além das equipes premiadas nas três primeiras colocações, tivemos outras três menções honrosas”, diz.
Marcelo explica que o projeto vencedor propôs uma intervenção parasita em uma das empenas cegas do Edifício Copan, projeto de Oscar Niemeyer e Carlos Lemos, e ganhou destaque por respeitar as características do edifício existente com uma solução que só poderia ser realizada em estrutura metálica. “O projeto propõe ainda uma horta urbana e mirante neste anexo, criando um não-lugar em uma área central icônica de São Paulo”.
Segundo o presidente do júri, o sucesso da 13ª edição do concurso colabora para que seja elaborado um concurso ainda melhor em 2021.
Prêmio
A equipe vencedora irá representar o Brasil no “13° Concurso Alacero de Diseño en Acero para Estudiantes de Arquitectura 2020”, organizado pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), onde irá competir com equipes da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana e Venezuela.
Os ganhadores receberão ainda um prêmio de R$ 8.000, sendo R$ 6.500 para a equipe e R$ 1.500 para o professor orientador, além de bolsas em cursos a distância oferecidos pelo CBCA e materiais sobre construção em aço.
O resultado, as menções honrosas e os projetos completos premiados pelo “13° Concurso CBCA para Estudantes de Arquitetura 2020” podem ser acessados no site www.cbca-acobrasil.org.br/arquitetura/vencedores