A região Amazônica passou por diversas transformações e isso ocorreu pelo processo de urbanização da cidade. O período da borracha foi o primeiro degrau para tornar Manaus uma cidade geradora de renda e um lugar acolhedor ao povo do norte e nordeste brasileiro.
Em outro momento, o projeto Zona Franca foi um salto para a economia no Estado, mas com ele surgiram ocupações irregulares porque as pessoas precisavam de um lugar para morar. Com isso, a floresta ia sendo devastada, a cidade crescendo e a economia também.
Nesse processo de crescimento acelerado pelo qual a cidade se inseria, mais um ciclo de desenvolvimento se cumpria, refletindo significativamente na economia, no projeto arquitetônico da cidade e principalmente na cultura que foi difundida.
A criação dos bairros ao longo dos anos não considerou os recursos planejados, pois esse processo consegue refletir nas condições que hoje são aparecem como desfavoráveis na cidade e nos bairros estudados, como a desvalorização dos igarapés, ocasionado pelas populações que residem às margens de rios e invasões, em péssimas condições de vida.
Constatou-se que, assim como o Ciclo da Borracha e a Zona Franca de Manaus e do consequente aumento da população urbana na cidade, ficou evidente que existe uma relação desencontrada entre os modelos de estrutura econômicos representados e o padrão de urbanização existente na cidade, tendo em vista que estes modelos foram ou continuam sendo, até os dias atuais, como concentrador de renda, mas, consequentemente, gerador de desigualdades.
Faz-se necessário, portanto, maior investimento para a educação da população local, de modo a possibilitar tanto o desenvolvimento econômico de maneira sustentável, como o arrefecimento das disparidades socioeconômicas que se distribuem pelo espaço urbano de Manaus, entretanto, com a crise que o Brasil vem enfrentando, não se vislumbra uma reforma – em curto prazo, nem em médio prazo -, quer seja ela urbana, política e/ou socioeconômica, pensada para a cidade de Manaus.
Fonte: CAU/AM