Arquiteta formada em 1997 na Universidade del Valle, de Cali, na Colômbia, Maria Andrea Triana Montes chegou aos poucos no Brasil. Aos 20 anos, já aluna da graduação em Arquitetura e Urbanismo na Colômbia, veio acompanhar a mãe durante o período do doutorado. Morou em Florianópolis durante dois anos, para onde transferiu a faculdade para a Universidade de Santa Catarina. Mas, pouco antes de se formar arquiteta, ao retornar para a Colômbia, ela já tinha certeza de que não ficaria muito tempo por lá.
“Um pouco antes de retornar à Colômbia para terminar minha faculdade, conheci o meu marido, acabei me apaixonando por ele, me apaixonando por Florianópolis e senti que teria que voltar ao Brasil”, lembra. Hoje, catarinense naturalizada, mestre em sustentabilidade nas edificações e doutora pelo Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LABEEE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem seu trabalho voltado a bioclimática, eficiência energética e sustentabilidade. Recentemente também participou no Projeto FINEP “habitação mais sustentável”; na elaboração do manual “Selo Casa Azul” da Caixa; do projeto “Sustainable Social Housing Initiative – SUSHI”, junto ao Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) e a Organização das Nações Unidas (UNEP), como consultora de energia.
“Esses temas para mim são apaixonantes e uma verdadeira fonte de inspiração. Faz muitos anos que combino o trabalho no mercado e no escritório com o trabalho acadêmico. No escritório, temos um foco na consultoria e em projetos bioclimáticos e na academia me direciono à busca de aprofundamento na área de sustentabilidade e bioclimática. Me inspira trabalhar em pesquisas e projetos que vão ter contribuições reais à sociedade e me sinto feliz de poder combinar essas experiências que, para mim, são complementares”, afirma.
Professora em cursos de especialização em universidades no Brasil e Colômbia e de mestrado na Colômbia na área de arquitetura sustentável e bioclimática, a arquiteta e urbanista ainda revela que seu encanto pela profissão se justifica principalmente pela capacidade que a profissão tem de fazer mudanças significativas para a qualidade de vida e para o mundo. “Arquitetura é realmente uma profissão apaixonante. Trabalhamos com sonhos, uma das coisas mais bonitas que as pessoas possuem. O que me move na minha profissão é acreditar que, com nossas ações, podemos realmente fazer mudanças significativas para a nossa e as futuras gerações. Me inspira ver o trabalho concretizado em ações, projetos ou produtos que possam ajudar e fazer felizes a outras pessoas, que melhorem as nossas cidades e a sociedade no geral”, afirma.
Diante de uma carreira sólida, Maria Andrea também conta que encontrou nos desafios a propulsão do seu sucesso e aposta na superação das barreiras como a oportunidade que teve para se consolidar no mercado de trabalho. “Um dos principais desafios na profissão para nós mulheres é o de conseguir conciliar o exercício profissional com o tempo para se dedicar aos filhos. A falta de oportunidades para conseguir conciliar essas duas coisas da forma que eu queria me levou a trabalhar de maneira mais independente. Foi difícil no início, ainda mais considerando que vinha de outro país, mas hoje vejo a recompensa. Não só pela relação com o meu filho, mas por ter-me colocado na posição de buscar o meu próprio caminho”, avalia.
Por Fabiane Berlesse, da Savannah Comunicação, para o CAU/SC
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