A primeira edição do Jovens Escritórios 2020, promovida pelo ArchDaily, selecionou 20 escritórios e profissionais, que mostram abordagens, propostas e soluções inovadoras para alguns dos maiores desafios da atualidade: crise climática, questões de raça e gênero, da evolução tecnológica à coesão social. Para o ArchDaily, site de Arquitetura, “estes desafios estão alterando o curso da Arquitetura, posicionando a disciplina no contexto de uma nova sociedade e economia”.
Os selecionados da edição 2020 foram escolhidos entre 350 inscritos de 73 países e 215 cidades de todas as regiões do mundo e refletem, segundo o ArchDaily, as mudanças pelas quais a Arquitetura tem passado nos últimos vinte anos, com o surgimento e consolidação de novas tecnologias, ferramentas, formatos, tópicos, escalas e abordagens interdisciplinares.
Dois escritórios do Brasil foram selecionados: Noelia Monteiro e sauermartins. Também foram escolhidos escritórios de Cuba, Chile, China, Hong Kong, Índia, Japão, Líbano, Paraguai, Portugal, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e Vietnã, que, de acordo com os critérios da seleção, compreendem a magnitude de suas intervenções: questões comuns, desafios complexos, abordagens diversas.
Uma startup liderada por arquitetos também foi incluída entre os selecionados. Os escritórios escolhidos nesta primeira edição “mostram uma ampla gama de modos de fazer, entendendo a Arquitetura como uma caixa de ferramentas e uma metodologia – e não apenas um trabalho”, segundo o ArchDaily. “Da China ao Líbano, dos Estados Unidos ao Brasil, temos orgulho da diversidade entre os selecionados. No entanto, um dos nossos grandes desafios para a próxima edição é despertar ainda mais o interesse de profissionais da África”.
Para a edição de 2021, o ArchDaily espera receber mais inscrições de profissionais engajados na teoria, crítica, mídias e tecnologia.
JOVENS ESCRITÓRIOS DE 2020
Ad Urbis Arquitectos | Cuba
Atelier Mozh | China
Azócar Catrón | Chile
Carl Gerges Architects | Lebanon
CAUKIN Studio | United Kingdom
Corpo Atelier | Portugal
Form Found Design (FFD) | United States
Mínimo Común Arquitectura | Paraguay
MoKim | South Korea + Japan
New Office Works (NOW) | Hong Kong
Noelia Monteiro | Brasil
ODDO Architects | Vietnam
Office Off Course | China
Salon Alper Derinbogaz | Turkey
sauermartins | Brasil
studiolibani | Lebanon
Taller KEN | United States
The Urban Conga | United States
UMWELT | Chile
Wallmakers | India
*Honorable Mention: Monograph | United States
Sobre Noelia Monteiro:
“Mais da metade da população mundial vive em centros urbanos e o movimento migratório de áreas rurais para assentamentos urbanos precários e densamente povoados é constante —muitos localizados em áreas de risco de deslizamentos e inundações. Nesse contexto o foco de minha prática profissional e pesquisa acadêmica centra no desenvolvimento de projetos arquitetônicos socioambientais em áreas rurais para fortalecer as oportunidades na economia local e a geração de renda. Assim como o entendimento e fortalecimento dos sistemas urbanos de povoados de pequeno e médio portes, no estudo de território e geografia. Esse estudo e prática permeia as diferentes escalas de arquitetura e urbanismo com o objetivo de criar estruturas resilientes e modos de habitar conciliatórios com o meio ambiente no qual se inserem. O estudo de soluções construtivas foca em lugares remotos e de difícil acesso, em condições naturais por vezes adversas e de vulnerabilidade social, baseada em ações e investigações propositivas que espelham e mobilizam a realidade local, gerando insumos para políticas públicas desde uma perspectiva decolonial.”
Sobre sauermartins:
Equipe: Cássio Sauer, Elisa T. Martins, Tomás Culleton, Antonio Cornely
“A produção do escritório está associada a uma prática exploratória e investigativa que utiliza maquetes, desenhos, fotografias analógicas e a própria construção como ferramentas do processo de projeto. Nosso trabalho busca uma aproximação ao lugar e aos contextos culturais, sociais e econômicos, suas características e restrições —relacionadas muitas vezes ao território, aos materiais e mão de obra disponíveis— em um esforço para produzir arquiteturas que interajam positivamente com estes contextos. Os projetos investigam interações entre elementos industrializados e estratégias construtivas tradicionais, locais e experimentais, em um possível diálogo entre o artesanal e o industrial. A vinculação entre pesquisa e prática profissional procura compreender as aproximações entre arquitetura, memória, paisagem, cultura e identidade. Neste sentido, nos encontramos em uma permanente busca, através de nossos projetos, de entender o papel contemporâneo da disciplina”.