Arquitetos e urbanistas e conselheiros do CAU Brasil e dos CAU/UF se reuniram na sede do Sebrae Ceará, em Fortaleza, para participar da 2ª Palestra Comemorativa dos 10 Anos do Código de Ética e Disciplina do CAU Brasil. A atividade promovida pela Comissão de Ética e Disciplina do CAU Brasil marcou um diálogo profundo sobre os princípios éticos que moldam as práticas dos profissionais da área de Arquitetura e Urbanismo.
A mesa de abertura contou com o coordenador da CED-CAU Brasil, Fabrício Santos, com o presidente do CAU/CE, Lucas Rozzoline, e a coordenadora da CED-CAU/CE, Denise Sá Barreto. “O objetivo principal desse evento é enaltecer o nosso Código de Ética e resgatar tudo que foi construído dentro das Comissões de Ética. Temos muitas matérias em pauta, que precisam de debate e construção. Contamos com o apoio de todos vocês”, afirmou Fabrício.
Conheça o Código de Ética e Disciplina do CAU Brasil
O coordenador da CED-CAU Brasil destacou que, depois de 10 anos da criação do Código, hoje existe uma maturidade maior para lidar com essas questões. “As Comissões de Ética têm uma responsabilidade muito grande, principalmente no que se refere à base da nossa profissão. Podemos oferecer palestras, oficinas, criar cartilhas”, disse.
A estrutura do Código de Ética e Disciplina, dividido em princípios, regras e recomendações, foi explicada durante o evento pelo coordenador-adjunto da CED-CAU Brasil, Matozalém Santana. Ele explorou as diretrizes já estabelecidas e discutiu como aperfeiçoar a norma para o futuro. “Casos éticos não são receita de bolo, é preciso haver uma reflexão caso a caso”, afirmou.
Ele apontou desafios, como a responsabilidade por tarefas executadas por auxiliares e a falta de contratos adequados, ressaltando a necessidade de discernimento na aplicação das regras.“Recebemos denúncias referentes à legislação trabalhista e até mesmo acidentes em canteiros de obras, por causa da regra que diz que o arquiteto(a) e urbanista deve se responsabilizar por tarefas e trabalhos executados por auxiliares”, disse. “Não é que a regra está errada, mas precisamos firmar entendimentos quanto aos casos em que ela deve ser aplicada.”
Matozalém apresentou o folder CED Orienta, que mostra alguns casos que podem ser usados como exemplos principalmente para estudantes de Arquitetura e Urbanismo. “São situações que mostram a seriedade da profissão e os riscos envolvidos na nossa prestação de serviços”, afirmou.
Outro destaque do evento foi a apresentação do “Guia Ético das Mídias Sociais”, realizada pela conselheira do CAU Brasil Giedre Ezer. Esse guia fornece orientações indispensáveis para arquitetos e urbanistas ao divulgar seus trabalhos nas redes sociais. Com foco em arquitetos, empresas, professores e alunos, o guia aborda temas essenciais, como a divulgação correta de projetos, a identificação de autoria e a importância de referenciar orientações.
“”Este Guia Ético das Mídias Sociais é a resposta a uma dor que muita gente, inclusive eu, tínhamos em relação às redes sociais. Estamos mostrando como fazer da maneira correta”, afirmou Giedre. A conselheira destacou que a disseminação dessas informações é crucial para a valorização da profissão. “Quanto mais divulgarmos essas informações, mais vamos ganhar em termos de valorização profissional.”
Um ponto importante é que, nas redes sociais, muitas pessoas chamam serviços como layouts, consultoria ou renderização 3D como se fossem projetos arquitetônicos. “Isso acaba gerando distorções, principalmente em relação a preços de projeto. Existe uma norma NBR que especifica o que é um projeto”, explicou Giedre. Outro ponto é que empresas que divulgam cursos e mentorias precisam identificar os professores, sua formação e campos de atuação. “Como uma pessoa vai ensinar aquilo que ela não faz?”
Veja o Guia Ético dos Arquitetos e Urbanistas nas Mídias Sociais
A 2ª Palestra Comemorativa dos 10 Anos do Código de Ética ressaltou a contínua busca pela excelência ética e profissional no campo da Arquitetura e Urbanismo. O exercício ético da profissão de arquiteto(a) e urbanista fortalece e assegura sua relevância no mercado de trabalho. “Nós arquitetos e urbanistas devemos debater sempre, e cada vez mais, o Código de Ética. Só com essas apresentações e debates com os colegas vamos conseguir divulgar as orientações corretas e desenvolver uma consciência coletiva em torno da valorização profissional”, afirma Fabrício Santos.
Confira a íntegra da palestra: