A cidade de Boa Vista (RR) sedia o XV Seminário Internacional de Conservación Del Patrimonio, evento promovido pelo CAU/RR e pela Universidade Federal de Roraima que acontece até o dia 20 no Centro Amazônico de Fronteiras. “Se nós não valorizarmos o que temos e o que somos, nós vamos nos perder no caminho e precisamos refletir essa questão tão importante”, afirmou o presidente do CAU/RR, Jorge Romano, na cerimônia de abertura. A programação está voltada ao público da área tecnológica, com palestras e debates com profissionais do Brasil e do México em abordagens sobre Patrimônio, Cidade e os desafios da Sustentabilidade, com intuito de criar redes de conexões de trocas e debates sobre a relação da cidade com a contemporaneidade. É onde entram a formatação de planos para conservação do patrimônio com envolvimento da sociedade, o que para o conselheiro federal de arquitetura e urbanismo, Nikson Dias, requer cuidados, pois a participação do cidadão pode mudar o rumo das cidades para o bem.
O evento traz três eixos temáticos: Arquitetura, Urbanismo, Engenharia e Agronomia; Pensar a cidade do futuro: Que parâmetros considerar?; e Estudos comparados e circulação de ideias. Os assuntos trazem a abordagem em escala do edifício e das cidades, no que tange pesquisas e estudos desenvolvidos nas várias instituições latino-americanas. O caso do incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro foi um dos principais assuntos destacados na cerimônia de abertura. “Diversos casos como o do Museu aconteceram e acabaram sendo importantes para destacar edifícios aqui em Roraima como o Museu no Parque Anauá, em estado de abandono. Um seminário como este pode resultar em uma carta de provocação que possa despertar nas autoridades em tratar nosso patrimônio com mais carinho. Debate de suma importância”, afirmou o conselheiro do CAU/BR Nikson Dias de Oliveira.
A professora Graciete da Costa, coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRR, ressaltou que é um bom momento de debater a situação do patrimônio histórico de Roraima. “Em meio à organização deste seminário, pudemos testemunhar com tristeza o incêndio do nosso Museu Nacional no Rio de Janeiro, entretanto, percebemos que o evento estava no caminho certo ao pensar nos patrimônios de nossa cidade, os desafios que teremos pela frente”, disse. A presidente da Rede Haycop e representante mexicana no evento, Blanca Paredes Guerrero, reforçou a ideia de incentivar o debate sobre o tema. “Somos profissionais formados nesta linha de pensamento, por isso temos grande interesse nesta temática, debater e acrescentar neste assunto, além de confrontar esta ideia para trazer resultados positivos”, disse.
O presidente do IAB, Nivaldo Andrade, destacou que é preciso determinar de que forma os patrimônios podem ser utilizados pela sociedade. “O uso é uma questão fundamental porque é ele que faz criarmos o laço afetivo com o patrimônio. Por isso a importância de cuidado, preservação e restauração”, pontuou. O conselheiro do CAU/BR Wilson de Andrade, coordenador da Comissão de Política Urbana e Ambiental, falou sobre a convivência de prédios históricos com a nova Arquitetura. “É comum a gente abandonar o velho e valorizar o novo, enquanto deveria ter uma harmonia entre o velho e o novo”. O presidente do CAU-RR, Jorge Romano, também reforçou a ideia do debate. “Se nós não valorizarmos o que temos e o que somos, nós vamos nos perder no caminho e precisamos refletir essa questão tão importante”, finalizou.
Paralelo ao Seminário, ocorre o Congresso Roraimense de Arquitetura, Urbanismo, Engenharia e Agronomia. No salão do Centro Amazônico de Fronteiras, os visitantes poderão apreciar exposição de quadros que conta a história de Roraima, além de conhecer pedras e outros objetos históricos encontrados no estado, principalmente na região das Corredeiras do Bem-Querer, em Caracaraí.