Por Danilo Silva Batista, arquiteto e urbanista, sócio-diretor da D&P Arquitetura Ltda, presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA/BR) e coordenador do CEAU do CAU-BR em 2024.
Falar de Inteligência Artificial (IA), atualmente, virou um ponto que permeia todas as rodas de conversas. Afinal, trata-se de um universo ainda muito novo, mas que se amplia a cada dia. É impressionante a velocidade que o tema se desenvolve em todas as áreas.
A IA está impactando uma variedade de setores, inclusive a arquitetura e o design, onde a criação de projetos mais eficientes, levando-se em conta inúmeros fatores como luz natural, eficiência energética ou até mesmo a utilização conveniente do espaço já é uma realidade nesse universo de tecnologia aplicada. Além disso, a Inteligência Artificial pode ajudar arquitetos a desenvolverem complexos modelos 3D e visualização de projetos de maneira mais rápida.
Quando se fala em design e arquitetura podemos trabalhar tanto com IA preditiva quando a generativa. Afinal, muitas vezes precisamos de dados e conhecimentos para uma solução de espaço ou mesmo de funcionalidade. A IA preditiva consegue compilar um volume gigantesco de dados, facilitando a obtenção de uma solução. Quando o objetivo é uma criação nova ou algo inédito a IA generativa tem todo o potencial necessário para se obter um produto ou solução inédita.
A IA pode processar e analisar rapidamente grandes quantidades de dados. Isso ajuda arquitetos e designers a entenderem melhor os padrões de tráfego humano, o uso do espaço e a eficiência da energia para tomar decisões baseadas nessas informações. Softwares inteligentes podem automatizar várias tarefas rotineiras no design e na arquitetura, como renderização, desenhos técnicos e documentação. Isso liberta os arquitetos para se concentrarem em aspectos mais criativos e estratégicos do projeto.
A Inteligência Artificial pode ajudar a personalizar designs para se adaptarem exatamente às necessidades e desejos individuais. Isso permite um nível de customização antes impossível sem um tempo considerável e alto custo. Da mesma forma, a IA pode auxiliar os arquitetos e designers aumentando a geração de ideias, oferecendo uma variedade de opções para um determinado problema a ser solucionado.
E o que dizer de tendência? Através da análise de dados vastos e diversos, a IA pode ajudar a identificar e prever tendências futuras na arquitetura e no design, permitindo que os profissionais se mantenham atualizados e inovadores.
Já existem inúmeras ferramentas de IA que se mostram eficientes na arquitetura e no design. O Ark AI ajuda bastante nos estudos de viabilidade, podendo se integrar a códigos municipais diversos, enquanto o TestFit é excelente para estudos para diversos cenários, com georreferenciamento e análise de custos. O Hypar é uma plataforma que ajuda bastante na criação de projetos e produtos, inclusive podendo se integrar a diferentes softwares. O Planner 5D utiliza IA para criar modelos 3D a partir de desenhos 2D. Também permite a realização de mudanças em tempo real. O ARCHITEChTURES consegue a integração com o BIM e o Maket facilita em demasia a geração de plantas. O Coohom trabalha com a visualização de produtos e agiliza a renderização, sendo excelente para design de interiores, assim como o Homestyler. O Smartdraw aposta na simplicidade, enquanto o Midjourney pode ser considerado um divisor de águas na geração de imagens.
É importante salientar que a IA pode economizar tempo e melhorar a eficiência, sendo que é fundamental que um profissional de arquitetura ou design esteja envolvido para fazer ajustes, dependendo de sua área de atuação, tomar decisões importantes e considerar o contexto mais amplo que a IA pode não ser capaz de compreender completamente.
A IA traz muitos benefícios e precisa derrubar o receio da substituição das pessoas e o fim de empregos. O que é importante é que profissionais passem a adotar a IA e aprendem a trabalhar com ela, de forma a obter uma vantagem competitiva em seu campo de atuação. O que não pode se perder são a responsabilidade e a ética profissionais.