A segunda noite (21/8) da 4ª Semana da Habitação contou com apresentações de painéis sobre assessoramento técnico popular e projetos habitacionais em periferias. Além disso, os participantes puderam trocar experiências e participar de debates. A programação da noite encerrou a etapa presencial da Semana da Habitação de 2024.
O primeiro painel da noite foi sobre “Assessoramento técnico popular junto aos movimentos sociais: desafios para a produção habitacional em autogestão”. A apresentação ficou sob a responsabilidade de Larissa Hiratsuka e Nunes Reis, ambos da Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais, entidade que presta serviços de assessoria técnica às populações de baixa renda organizadas em associações comunitárias, movimentos sociais e/ou coletivos populares. Larissa é pesquisadora do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da Universidade de São Paulo, no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Produção da Casa e da Cidade. Nunes é conselheiro municipal de Habitação da cidade de São Paulo e representante no campo das Assessorias Técnicas.
Larissa Hiratsuka destacou a importância da equipe multidisciplinar no assessoramento técnico popular. “Não trabalhamos somente com arquitetos e urbanistas e engenheiros, mas também com assistentes sociais, sociólogos, geográficos e psicólogos”, listou.
Fortalecimento feminino
A arquiteta e urbanista Mariana Borel apresentou o painel “Assessoria Técnica como alavanca para fortalecimento feminino: um panorama do projeto Arquitetura na Periferia”. Borel, mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (EAUFMG), com pós-graduação em Administração Pública pela PUC, é diretora executiva do Instituto de Assessoria a Mulheres e Inovação e coordenadora do projeto Arquitetura na Periferia.
Durante a apresentação, a arquiteta e urbanista falou sobre a capacitação de mulheres com o objetivo de promover melhorias habitacionais. Mariana explica que a ideia é colocar as mulheres como protagonistas do processo de decisão. “Com essa participação, elas têm um engajamento muito grande e um certo domínio sobre o que está acontecendo”, explicou.
Coletivo Levante
O último painel da noite foi apresentado pelo arquiteto e urbanista Fernando Maculan, idealizador do Coletivo Levante. O coletivo é focado na elaboração de projetos em favelas e periferias. Maculan destacou que uma das formas de trabalho é aproximar os profissionais envolvidos nos projetos da população e, aos poucos, viabilizar melhorias.
“Com essa ideia de ‘um passinho de cada vez’, o coletivo vai conseguindo alcançar outros lugares”, contou Fernando Maculan. “E assim vamos conhecendo novos e territórios e novas pessoas”, completou.
Debates
Após os painéis, a conselheira Jeanne Christine Versari Ferreira, integrante da Comissão Especial de Política Urbana e Ambiental (CPUA-CAU/BR), mediou o debate, que marcou o encerramento das atividades presenciais da 4ª Semana de Habitação.
Além dos palestrantes da noite e da conselheira Jeanne, a presidente do CAU/BR, Patrícia Sarquis Herden, e a presidente do CAU/CE, Brenda Rolim, também participaram do debate de encerramento.
A presidente do CAU/CE agradeceu a presença dos participantes, dos palestrantes, do CAU/BR, do CAU/CE e do Sebrae, que cedeu o espaço para o evento. “Espero que este evento estimule e inspire mais colegas para que nós possamos seguir nessa caminhada de promover uma arquitetura para todos. E que a gente tenha, cada dia mais, cidades mais acolhedoras para a nossa população”, completou.
A presidente do CAU/BR, Patrícia Sarquis Herden, destacou alguns temas debatidos durante o evento, como moradia digna, resistência, adaptação e resiliência. “Tenho muito orgulho desse grupo que se formou aqui e vamos em frente com a Semana da Habitação 2025 (SDH)”, destacou.
A presidente deixou como proposta o convite para quem tem sugestões para a próxima edição da Semana da Habitação. Quem tiver sugestão pode enviar um e-mail para [email protected], com o assunto “SDH 25”.
