No início do mês (2/4), o governo federal publicou o Decreto 10.306/2020 no Diário Oficial da União (DOU), o qual estabelece a utilização do Building Information Modeling (BIM) na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia, realizados pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal. A medida afeta diretamente os arquitetos e urbanistas, pois determina que a aplicação do BIM seja realizada em uma ou mais etapas do ciclo de vida da construção, como na elaboração de projetos arquitetônicos.
Entretanto, o BIM será implementado pelo governo federal de maneira gradual, em três fases:
1ª fase (a partir de 1º de janeiro de 2021) – o BIM deverá ser utilizado no desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia referentes a construções novas, ampliações ou reabilitações.
2ª fase (a partir de 1º de janeiro de 2024) – o BIM deverá ser utilizado na execução direta ou indireta de projetos de arquitetura e engenharia e na gestão de obras, referentes a construções novas, reformas, ampliações ou reabilitações.
3ª fase (a partir de 1º de janeiro de 2028) – o BIM deverá ser utilizado no desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia e na gestão de obras referentes a construções novas, reformas, ampliações e reabilitações.
“Já é um grande avanço, se pensarmos que o BIM facilita a coordenação de projetos implementares e a visualização de cada etapa de uma obra de construção e/ou reforma, prevendo, assim, um melhor planejamento e o uso otimizado dos recursos públicos”, resumiu o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal – CAU/DF, Daniel Mangabeira.
Segundo o arquiteto e urbanista, o CAU/DF tem buscado disseminar o uso da metodologia pelos arquitetos e urbanistas, principalmente pelos profissionais que atuam no serviço público ou por aqueles que participam de licitações na administração pública via seus escritórios. Em maio do ano passado, o presidente Daniel Mangabeira esteve na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação – Seduh para se reunir com o secretário Matheus de Oliveira e discutirem sobre a implementação do BIM no licenciamento de projetos de arquitetura. A proposta surgiu por iniciativa do CAU/DF e da Câmara Brasileira de BIM – CBIM à Seduh. Na época, a Secretaria sugeriu criar um Grupo de Trabalho (GT) que iria definir as fases e o cronograma de execução de cada uma delas.
Já no início de 2019, o CAU/DF – em parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), Sebrae Nacional e CBIM – desenvolveu uma pesquisa online para saber como a tecnologia BIM estava sendo utilizada por arquitetos e urbanistas e empresas do setor no Brasil. O levantamento visou captar as experiências e os resultados obtidos com a utilização do BIM na elaboração de projetos de Arquitetura e Urbanismo.
As conclusões da pesquisa foram utilizadas para enriquecer os debates do Seminário Internacional “BIM na Prática”, realizado em outubro último, com a presença de arquitetos e urbanistas de diversos países para troca de experiências e informações. O Seminário Internacional “BIM na Prática” esteve alinhado ao “BIM Days”, uma série de seminários regionais promovidos pela Câmara Brasileira de BIM (CBIM) e, no Distrito Federal, realizados pelo CAU/DF e CAU/BR.
O que é o BIM
O Building Information Modeling (BIM) não é um software, mas uma metodologia para gerenciar a base do projeto de construção e os dados do projeto em formato digital ao longo do ciclo de vida da construção. Por meio da virtualização, modelagem e gerenciamento das atividades, o projeto arquitetônico se torna muito mais próximo da obra real, facilitando a observação de possíveis erros e inconformidades.
Fonte: CAU/DF