A Comissão Temporária de Política para a Equidade de Gênero (CTEG) do CAU/BR lançou dia 04/12, durante a III Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo promovida pelo CAU/BR, um vídeo em homenagem às mulheres, com o objetivo de incentivar a redução das disparidades entre homens e mulheres na convivência mútua nos espaços públicos e privados das cidades, bem como no mundo do trabalho.
A ideia é transmitir a importância de cidades pensadas para todos e todas, com atenção especial às pautas das mulheres. O vídeo foi filmado em Brasília, Distrito Federal, e revela a realidade enfrentada por mulheres na capital do País, mas que se reflete em outras grandes e pequenas cidades brasileiras.
Em diversas imagens, o vídeo retrata dificuldades enfrentadas pelas mulheres nas cidades como insegurança, inadequação de áreas por elas utilizadas e a superação de barreiras na complexidade do espaço urbano, questões que parecem invisíveis para os gestores públicos, tendo em vista que há anos são apontadas por arquitetos e urbanistas.
A iniciativa é mais uma estratégia da Comissão Temporária de Política para a Equidade de Gênero do CAU/BR para promover a igualdade entre arquitetas e arquitetos – categoria composta por 63% de mulheres (dados do SICCAU), mas também se propõe a ampliar o debate sobre a erradicação das desigualdades de gênero na sociedade, com 51,8% de mulheres (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE – 2019).
Para a conselheira federal e coordenadora da CTEG, Nádia Somekh, uma grande transformação aconteceu no CAU/BR desde a primeira plenária até hoje, com a inclusão da questão de gênero a partir da criação da comissão, bem como com a instituição do Dia Nacional da Mulher Arquiteta, em 31 de julho 2020. “Nossos conselheiros incorporaram a questão de gênero; fomos consideradas agentes de transformação e a comissão representou esse avanço pelo trabalho de sensibilização realizado”.
A criação da CTEC foi apontada por Nádia Somehk como um dos avanços da atual gestão. Também destacou o trabalho de sensibilização da comissão que promoveu o aumento da representatividade feminina entre os conselheiros do CAU/BR. Pela primeira vez, a gestão da autarquia (triênio 2021-2023) será composta por 51% de mulheres. “Não queremos excluir ninguém, queremos ser incluídas na contribuição que possamos dar ao nosso conselho”, destacou Nádia Somekh.
O trabalho da CTEG, desde a sua criação, tem se pautado na necessidade de se investir em políticas públicas para as mulheres, bem como na efetivação dos compromissos assumidos pelo CAU/BR com os princípios da Plataforma WEP (Women Empowerment Principles), coordenada pelo Pacto Global das Organizações das Nações Unidades (ONU) e a ONU Mulheres.
Ao aderir à plataforma, o Conselho assumiu publicamente o compromisso de promover a equidade de gênero em suas instâncias organizacionais e no seu relacionamento com a sociedade. Este posicionamento do CAU/BR levou à criação da CTEG.
O CAU/BR também tem o compromisso de promover a Arquitetura e Urbanismo para todos e todas, sem distinção de gênero. Assim a Comissão, com a divulgação do vídeo, pretende, também, disseminar na categoria o diálogo sobre a igualdade de gênero e pautar ações futuras do Conselho (78% dos entrevistados do 1º diagnóstico afirmaram que o CAU deve promover a equidade).
O tratamento justo entre homens e mulheres no trabalho é defendido pelo CAU/BR e as ações para efetivar esse compromisso são desenvolvidas pela CTEG. Uma estratégia preliminar adotada pela comissão foi a realização do 1º Diagnóstico de Gênero na Arquitetura e Urbanismo, do CAU/BR, que apontou uma lacuna entre as condições das mulheres e dos homens na profissão, tanto no âmbito profissional como privado. Este diagnóstico poderá ser monitorado como indicador de resultado da operacionalização da Política do Conselho para a Equidade de Gênero.
A Comissão Temporária de Política para a Equidade de Gênero também tem a finalidade de produzir e encaminhar a proposta da Política de Equidade de Gênero do CAU/BR, com recomendações de ações para a sua operacionalização e atualização periódica em rede, envolvendo atores em todo o território nacional.
Essa política deverá atender às seguintes diretrizes: promover a profissão de arquiteto e urbanista como uma contribuição para o desenvolvimento da sociedade e para a promoção da justiça social; contribuir com a implementação da Nova Agenda Urbana da ONU, que prevê a atenção às questões etárias e de gênero de maneira transversal em todos os seus compromissos; e contribuir para com o alcance do 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU: a igualdade de gênero.
Dentre os resultados esperados para as ações da CTEG, estão a construção coletiva da pauta das mulheres visando a superação dos desafios do exercício profissional; a realização do ciclo de debates “As mulheres na Arquitetura e a Produção da Cidade Inclusiva”, em conjunto ao Fórum de Presidentes do CAU; o mapeamento e diagnóstico da produção arquitetônica feminina nacional; e articulação com coletivos e fóruns nacionais e internacionais para realização de evento em 2021 sobre Arquitetura e Gênero, em coordenação com o 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2021RIO), que será realizado no Rio de Janeiro.