O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) participou no dia 7 de agosto de audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília. A audiência aconteceu no âmbito da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial e teve como tema questões relacionadas à neuroarquitetura. A questão foi colocada em pauta a partir da iniciativa da deputada Érika Kokay.
Participaram da mesa da audiência: Mônica Blanco, conselheira federal do CAU/BR; Lorí Crízel, arquiteto e urbanista e presidente da Academy of Neuroscience for Architecture no Brasil (Anfa); Nikson Dias de Oliveira, presidente do CAU/RR; Catharina Macedo, arquiteta e mestre em sustentabilidade, membro da Anfa Brasil e Fundadora do Instituto de Design Biofilico Brasil; Glaucus Cianciardi, professor do Instituto de Pós-graduação e Graduação (IPOG); Ricardo Meira, presidente do CAU/DF; Júlia Teixeira Fernandes, diretora administrativa do Instituto NeuroBioDesign.
A deputada Erika Kokay destacou a importância de debater o tema. “A neuroarquitetura busca uma compreensão holística de que o ser humano, em todas as suas dimensões precisa ser absolutamente respeitado. A cidade precisa ser um espaço onde nós nos encontramos”, ressalta a parlamentar.
A conselheira Mônica Blanco contextualizou as discussões sobre o tema. “A Neuroarquitetura vem ao encontro da demanda por novos espaços públicos, institucionais e privados, abertos e fechados. O debate ganhou força após o momento crítico em que o confinamento se tornou obrigatório, quando os indivíduos não mais se identificaram e tão pouco se apropriaram dos ambientes para os quais retornaram no momento pós-pandemia para trabalhar, se divertir, conviver ou continuar morando”, explicou.
O presidente do CAU/RR, Nikson Dias, falou sobre sua tese de doutorado, na qual ele estuda a “Acessibilidade com Sensibilidade para o Transtorno do Espectro Autista (ASTEA)”. Nikson é pai de uma criança autista e percebeu que alguns espaços são vivenciados de forma diferente pelos autistas. A partir disso, o presidente do CAU/RR passou a estudar o que já havia sido feito e o que precisa ser feito para partir para a parte prática e inserir essas demandas nas políticas públicas. “Os espaços públicos, as praças, os parques e os espaços livres das cidades precisam se transformar e se preparar para que autistas e demais neurodivergentes tenham acesso ao direito à cidade”, explica.
O presidente do CAU/DF ressaltou a importância de se debater a neuroarquitetura na Câmara do Deputados. “É uma provocação a quem cria as nossas leis para trazer esse olhar crítico sobre espaços públicos sob a ótica da neurociência aplicada à arquitetura”, conta.