O CAU/SC iniciou dia 19, o Ciclo de Debates Cidade Patrimônio de Todos, com palestra do arquiteto e urbanista e professor Leonardo Castriota sobre “O Futuro do Patrimônio e seu Papel no Futuro das Cidades”, que abordou questões como o tempo, a globalização, pandemia da Covid-19, sustentabilidade e sua relação com a preservação do patrimônio e da cultura brasileira. O ciclo é composto por quatro etapas, sempre às quartas-feiras, das 14h às 17h.
No evento, o presidente do CAU/BR, Luciano Guimarães, destacou a responsabilidade dos arquitetos e urbanistas, inclusive daqueles que tratam da Paisagem, em diagnosticar e espelhar os problemas no território, propondo planos integrados com visão de longo prazo. “A integração, naturalmente, é mais fácil se as ações forem alicerçadas na participação da comunidade. E a cultura local é fundamental para proporcionar decisões de consenso”, ressaltou.
Luciano Guimarães reconheceu que a iniciativa do CAU/SC é uma luta importante por melhores condições de trabalho, da sociedade e da cultura e de valorização da Arquitetura e do Urbanismo. “O Ciclo de Debates Cidade Patrimônio de Todos coloca não só a questão do patrimônio histórico, mas, principalmente, a possibilidade de se criar condições saudáveis para o convívio das pessoas e suas necessidades”, afirmou.
Ao comentar a palestra do professor Leonardo Castriota, o presidente do CAU/BR destacou a relevância de se preservar as diferenças patrimoniais das cidades brasileiras, bem como as características de cada lugar. Também abordou a evolução da legislação brasileira sobre a preservação do patrimônio nacional ao ressaltar a ação do CAU/SC, apoiada pelo CAU/BR, que defende o arquivamento do Projeto de Lei nº 2.396/2020, que atenta contra a memória cultural por mutilar regras de preservação corretas e adotadas mundialmente.
Ainda sobre as leis do patrimônio brasileiro, Luciano Guimarães abordou a prerrogativa concedida pela Constituição de 88 aos Estados e Municípios que lhes concedeu instrumentos próprios de preservação do patrimônio e da cultural local, numa ação concorrente com a União. “Isso é muito importante, pois possibilita que cada lugar faça reflexões sobre seus modos de vida, de construir, de suas raízes e criem as condições de preservação das suas características”, reconheceu.
As restrições impostas pela pandemia da Covid-19, também foram levantadas pelo presidente do CAU/BR, especialmente o impedimento das pessoas usufruírem a cidade de forma plena, inclusive os bens culturais. Para ele, essa situação prejudica igualmente o usufruto presencial do Patrimônio Mundial, o que paradoxalmente poderá motivar, a médio prazo, uma maior demanda pelo usufruto e manutenção do Patrimônio local. “Nós, arquitetos e urbanistas, temos muito o que pensar sobre as questões relacionadas ao patrimônio, desenvolvimento sustentável, planejamento urbano e gestão saudável”, afirmou.
Após o debate, o CAU/SC lançou os Cadernos Cidade: Patrimônio de Todos, comentados pelos arquitetos e urbanistas João Serraglio e Fabiano Teixeira dos Santos. A publicação é dividida nos temas: O Futuro do Patrimônio; Patrimônio Arquitetônico Catarinense; Boas Práticas; População; Profissionais; Poder Público e Conteúdo Complementar. Acesse esse material aqui!
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