O CAU Brasil retomou as negociações com a Ordem dos Arquitectos de Portugal (OA/PT) para possibilitar a mobilidade dos arquitetos brasileiros e portugueses entre os dois países. O conselheiro do CAU Brasil Jeferson Navolar (PR), coordenador da Comissão de Relações Institucionais esteve em Lisboa para propor a assinatura de um Memorando de Entendimentos entre o CAU e a OAP, com vistas à regularização das relações e a retomada da mobilidade profissional.
Entre os anos de 2013 e 2018 vigorou um acordo entre o CAU Brasil e a OA/PT que previa regras para atuação dos profissionais nos dois países. Porém, o acordo não foi renovado, uma vez que as regras não satisfizeram os anseios de ambas as partes, principalmente no que se refere à validação dos diplomas pelas universidades. Desta vez, o CAU Brasil busca o reconhecimento recíproco de qualificações profissionais em seu sentido pleno e mútuo.
O conselheiro Jeferson Navolar se reuniu com o presidente da OA/PT, Gonçalo Byrne e secretária da OA/PT, Carla Lima Vieira para apresentar uma metodologia para a retomada das negociações. A Ordem dos Architectos se manifestou favorável. As duas instituições agora devem indicar profissionais para a composição da Comissão Técnica.
EMISSÃO DE REGISTROS
“No nosso entendimento, ficou muito claro que a OA/PT também sofre forte pressão dos profissionais no sentido da emissão de registros tanto de portugueses quanto de brasileiros”, afirmou o conselheiro Jeferson Navolar. “Agora poderemos dar início imediato às tratativas, tais como a eleição das prioridades e cronograma”.
Ficou acordado que a assinatura do Memorando de Entendimentos, após as possíveis revisões deverá ser assinado durante o II Fórum Internacional de Entidades de Arquitetura e Urbanismo, que acontecerá no final do mês de julho, em Brasília.
O II Fórum de Entidades Internacionais, com o tema “Mobilidade Profissional Internaccional”, vai reunir órgãos reguladores de Arquitetura e Urbanismo dos Estados Unidos e dos países lusófonos que fazem parte do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP).
Evento também vai debater a mobilidade profissional entre os países do Mercosul: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Representantes dos órgãos de arquitetos vão debater o Acordo Marco de Registro Provisório da Comissão de Integração da Agrimensura, Agronomia, Arquitetura, Geologia e Engenharia no Mercosul (conhecido como “Acordo CIAM”).
12 respostas
Bela iniciativa!
Se isso se der de fato dessa vez a atuação profissional em países também do Mercosul será um sonho realizado pessoalmente falando. Estive na Argentina durante 1 ano no nascimento do meu filho mas tive que retornar por não ter validade acadêmica o curso de arquitetura brasileiro no território argentino.
Vivo em Portugal há 2 anos. A falta de equivalência me atrapalha não apenas para atuar, mas para conseguir oportunidades acadêmicas. No último acordo só os portugueses saíram na vantagem, espero que dessa vez a resposta seja correta, se for igual ao acordo passado é melhor que não haja nada.
Acompanhei todo o desenrolar da situação do acordo passado, e agora, como antes, nos exigem cursar o mestrado integrado, com duração de 2 anos, sem nenhum critério, onde até disciplinas de maquetes temos que cursar.
O problema é que, além das universidades privadas que são caríssimas, as públicas não têm horário pós laboral. Ou seja, espero que o CAU desta vez análise bem os moldes e veja bem o que vai estar assinando e não caía na esparrela de assinar acordos, onde na verdade a OA só muda o nome das coisas e continua a exigir o mesmo de antes. Porque se assim for não valerá à pena para nós brasileiros e mais uma vez, só quem lucrará serão os arquitetos portugueses.
Esse será um grande passo para nós arquitetos brasileiros, pois temos muita dificuldade em conseguir a validação do diploma. A validação só se dá após cursar mestrado de 2anos em Portugal. Parabéns ao Conselheiro Jeferson Navolar pela iniciativa!!!
De dedinhos cruzados e torcendo pra que tudo dê certo!
Estou imensamente feliz com essa notícia, vivo em Portugal há 4 anos e espero o reconhecimento do meu diploma brasileiro.
Se o acordo favorecer somenter a ida dos Portugueses para Brasil. nao vejo vantages.
O comprometimento tambem tem que partir de dentro da Ordem dos Arquitetos para que nao seja seletivo e complicado de acordo com quem esta revisando os docuemntos.
o Curioso saber que pessoas de dentro da OA, acusam os brasileiros de falsificadores e insignififcantes e hoje buscam fazrer especializacopes no Brasil… falta de etica total !!!
Na pagina do FB Arquitetos Brasileiros em Portugal temos aproximadamente 1900 arquitetos interessados nos mercado de trabalho em Portgual. Ja passamos pelas dificuldades encontradas durante o acordo anterior entre CAU e OA assinaram um acordo bilateral de reconhecimento profissional, mas na prática a OA em Portugal continuava exigindo que os arquitetos brasileiros fizessem mestrado de dois anos para serem reconhecidos. Ou seja, o acordo só era bom para os arquitetos Portugueses irem trabalhar no Brasil. A recíproca não aconteceu. Após o protesto dos arquitetos brasileiros que tentaram o registro em Portugal, o acordo foi cancelado pelo CAU, pois não havia reciprocidade.
Esperamos que agora, a equipe do CAU seja firme a consiga um acordo que permita o registro dos arquitetos Brasileiros na OA de Portugal, sem cairem na tecnicalidade anterior de alegarem que nossos 5 anos de curso, + 1 ano de experiencia profissional, não equivalem ao sistema Portugues e continuem a colocar a exigência de 2 anos de mestrado para obtermos registro.
Vamos exigir acordo realmente mutuamente beneficial.
Parabéns ao Cau por mostrar a iniciativa de renovar o acordo, tenho 5 anos que moro em Portugal,mas o fato de não ter o mestrado dificulta muito, por favor que o acordo não exiga o estágio obrigatório e nem o curso de mestrado, queremos a validação direta o mesmo que acontece com o Crea
Exatamente! Com o CREA é possível.
Mas sabe se o acordo atual esta da mesma forma do anterior? se terá que cursar o mestrado integrado? se for assim continuar igual a não ter acordo.
Como dito pelos meus colegas de profissão acima, o acordo entre a CAU e OA realizado entre 2013 e 2018 não permitia aos brasileiros o registro em Portugal. Fiz todo o processo exigido em 2018 e a resposta da OA foi a mesma que a dada para os colegas acima: precisa de mestrado para ser inscrito, mesmo tendo anexado meu currículo de 24 anos de profissão exercida em miha empresa.
O processo se inicia na Faculdade que não nos dá a equivalência total do nosso curso. E isso não estava mencionado no acordo.
Se querem reatar o acordo, sugiro pesquisarem por tudos os brasileiros que solicitaram a inscrição e que foram negadas e deixar explicado no acrodo as condições de ambos os lados. O custo dessa brincadeira foi grande.