As cidades são cheias de problemas e potenciais. Há diversos temas urbanos que acabam sendo tratados de forma isolada, mas que se conectam e se relacionam. Quiçá, por isso, as cidades sejam tão complexas, desafiadoras e também muito fascinantes.
Deve-se planejar a cidade de forma articulada, para que os problemas sejam reduzidos e os potenciais majorados, visando a qualidade de vida e o bem estar coletivo.
São diversos os profissionais que buscam estudar, compreender e agir sobre a cidade. Há Arquitetos e Urbanistas, Engenheiros, Geógrafos, Sociólogos e outros que podem colaborar, uma vez que as questões urbanas são multi e interdisciplinares.
Sobre as profissionais e os profissionais arquitetos e urbanistas, sua contribuição para o planejamento urbano é inclusive almejada, pois estão capacitados a fazer uma leitura técnica da cidade e a propor soluções.
Mas essa contribuição não para por aí. O arquiteto e urbanista pode se especializar, fazer mestrado, doutorado e pós doutorado – em temas como mobilidade urbana, meio ambiente, segurança urbana, saúde urbana, gestão pública, dentre outros – e compreender as questões de forma mais aprofundada, no âmbito técnico e científico.
Ao Arquiteto e Urbanista Cientista aflora ainda mais a responsabilidade de compartilhar o conhecimento adquirido com a sociedade, na busca por soluções articuladas e efetivas para as cidades.
Isso também é um desafio pois, muitas vezes, as soluções urbanas adequadas e efetivas, calcadas em bases científicas, em prol do bem coletivo, diferem do que é defendido pelo senso comum. O senso comum, com frequência, acaba por defender propostas pontuais e isoladas, sem a compreensão do todo, o que pode agravar determinados problemas e provocar graves prejuízos, como mostra a ciência.
Assim, no campo do planejamento e gestão da cidade, é muito importante que profissionais qualificados – mulheres ou homens – sejam consultados, para que se faça uma leitura adequada de cada tema, uma análise de como este tema se relaciona a outros, quais são as consequências e impactos possíveis, e se chegue a propostas e soluções que possibilitem, verdadeiramente, produzir resultados qualificados para as cidades e, principalmente, para as pessoas.
*Artigo escrito por Erika Cristine Kneib, arquiteta e urbanista com doutorado e pós doutorado em transportes e mobilidade urbana, cientista e pesquisadora na UFG.