Notas técnicas

CAU/MG manifesta-se contrário à realização do Stock Car, na Pampulha

Imagem: Reprodução – CAU/MG

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU/MG) divulgou na segunda-feira (29/07) duas notas técnicas contrárias à realização da etapa de Stock Car Pro Series no bairro da Pampulha, em Belo Horizonte. Os documentos analisam o conforto acústico do evento e a atenuação de barreiras sonoras.

A conclusão é pela ineficiência do sistema de barreiras acústicas na redução dos ruídos previstos, nos limites definidos em legislação federal e municipal, expondo a saúde da população e da biota locais a situações que colocam em xeque direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, especialmente o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

O CAU/MG ainda considera como agravante o fato de que o percurso da corrida margeia a área com maior concentração de estruturas biológicas do campus da Universidade Federal de Minas Gerais, o que torna evidente os riscos de danos irreparáveis também às atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão universitária.

Para além dos impactos sonoros, o conselho afirma que as diversas intervenções físicas não-transitórias ao longo da pista, principalmente a supressão arbórea, a remoção de travessias elevadas de pedestre e a implantação de guard-rails promovem a descaracterização da paisagem, provocam ilhas de calor, prejudicam a acessibilidade e a mobilidade na região e geram segregação socioespacial.

Para firmar convicção sobre o tema, o CAU/MG instituiu a Comissão Temporária de Acompanhamento dos impactos urbanos causados pela corrida Stock Car, por meio da Portaria Ordinatória 31/2024. O grupo, composto por arquitetos e urbanistas e especialistas nas áreas de Planejamento Urbano e Conforto Ambiental, tem o propósito de desenvolver estudos técnicos e avaliar as consequências do evento no local onde será realizado, bem como em seu entorno.

O conselho ressalta que as intervenções devem seguir o princípio constitucional da gestão democrática das cidades, visto que “podem ser mais virtuosas e mais proveitosas para a sociedade quando propostas de forma transparente e participativa, ouvindo-se sobretudo a comunidade envolvida, o que não foi observado nesta corrida de Stock Car”.

(Com informações de CAU/MG).

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