EXERCÍCIO PROFISSIONAL

CAU/BR prestigia lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Histórico

O Brasil possui 1.266 edificações de reconhecido valor históricos e culturais, sendo 83 desses conjuntos urbanos, como o Plano Piloto de Brasília e o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte. Nesta quarta-feira, 4 de setembro, 241 deputados federais e senadores formaram no Congresso Nacional a Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Histórico Nacional, com o objetivo de apoiar e fortalecer as instituições ou órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela defesa da memória do país. “Nós devemos fazer o trabalho de provar leis que protejam nosso Patrimônio Cultural, tanto material quanto imaterial, além de cuidar dos recursos orçamentários que são necessários para o funcionamento das instituições voltadas à defesa do Patrimônio, como o Iphan”, explicou o deputado federal Hildo Rocha (MDB-MA), presidente da Frente Parlamentar – a maior do Congresso atualmente.

 

Da esquerda pra direita: Ednezer Rodrigues Flores (RS); Nadia Somekh (SP); Luciano Guimarães, presidente do CAU/BR; Carlos Fernando Leão Andrade (RJ) e João Carlos Correia, presidente da AsBEA. 

 

O presidente do CAU/BR, Luciano Guimarães, e os conselheiros federais Nadia Somekh (SP), Carlos Fernando Leão Andrade (RJ) e Ednezer Rodrigues Flores (RS), além da conselheira do CAU/SP Maria Rita Silveira de Paula Amoroso, participaram do evento de lançamento da frente. “No caso brasileiro, e particularmente nesse momento de grandes transformações, a defesa dos elementos de identidade nacional não é apenas de uma questão cultural, mas também uma questão social. Sim, porque a preservação do patrimônio, quando bem planejada, impacta positivamente o desenvolvimento do país, ao estimular o turismo, gerar empregos e proporcionar sustentabilidade de cidades, sítios e manifestações culturais de estima dos cidadãos”, disse Luciano. “A constituição da Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Histórico vem, pois, em boa hora”.

 

Para a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, a bancada de deputados e senadores que defende o patrimônio tende a crescer ainda mais. “Nós teremos uma bancada do patrimônio muito forte no Legislativo, defendendo os interesses da nossa história, da nossa memória, e fazendo com que a preservação seja importante para as futuras gerações e para a imagem geopolítica que o Brasil, um país-continente, quer ter diante do mundo”, ressaltou.

 

A presidente do Iphan lembrou que, nos últimos três anos, foram realizadas 72 obras de restauro no Brasil. Existem ainda mais 120 obras em execução e 54 em contratação, o que significa um bom mercado de trabalho para os arquitetos e urbanistas brasileiros. “A participação dos arquitetos e urbanistas na defesa do patrimônio nacional, e mais especificamente quanto aos ambientes construídos, é antiga e ampla. A atuação do arquiteto e urbanista no campo do patrimônio construído abrange práticas de projeto, obras, atividades de pesquisa, ensino, extensão, perícias, e a produção de laudos e pareceres técnicos”, afirmou o presidente do CAU/BR.

 

À esquerda, a presidente do Iphan Kátia Bogéa. À direita, o deputado federal Hildo Rocha (MDB-MA). 

 

A conselheira do CAU/BR Nadia Somekh (SP) destacou que a defesa do Patrimônio Histórico Nacional é essencial no momento atual. “O Patrimônio está ameaçado, por destruição nas cidades, por incêndios e outras ameaças que promovem a destruição da nossa memória e da nossa história. Temos muito trabalho pela frente”, afirma.

 

Já o conselheiro Carlos Fernando Leão Andrade (RJ) explica que o patrimônio possui uma demanda prévia, principalmente no aspecto cultural. “As pessoas creditam valor ao nosso Patrimônio, e esse valor se mostra quando há uma perda. Quando um casarão desaba, descobre-se que havia uma demanda pela existência e pela preservação daquele casarão, ao contrário de um livro que nunca foi editado ou um disco que nunca foi ouvido”.

 

“Um povo sem cultura, sem memória e sem história nunca será nação. E o CAU tem que fazer parte disso, nós estamos apoiando esse lançamento para que a Frente Parlamentar se torne um marco de referência para as novas gerações, mostrando a importância não só da Arquitetura passada, mas também da Arquitetura presente”, disse o conselheiro Ednezer Rodrigues Flores (RS).

 

Presidente do Iphan Kátia Bogéa com o presidente do CAU/BR Luciano Guimarães.

 

O lançamento da Frente Parlamentar contou com a presença do ministro da Cidadania, Osmar Terra; do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio; da representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Marlova Noleto; do senador Esperidião Amin (PP-SC); e dos deputados federais Margarete Coelho (PP-PI), Ângela Amin (PP-SC), Baleia Rossi (MDB-SP), Juscelino Filho (DEM-MA), Eduardo Braide (PMN-MA) e Herculano Passos (MDB-SP).

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