O Selo de Boas Práticas no Combate à Violência contra Mulheres foi lançado neste mês de agosto no Palácio Iguaçu, em Curitiba (PR). A certificação é uma iniciativa da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e do Instituto Nós Por Elas (NPE) para reconhecer empresas comprometidas com a causa da prevenção e do combate à violência contra as mulheres.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR), apoiador da certificação, esteve presente na cerimônia de lançamento, representado pelas conselheiras Giselle Dziura e Licyane Cordeiro.
Na ocasião, Dziura ressaltou que “as arquitetas e urbanistas representam mais de 67% dos profissionais paranaenses da área. Isso demonstra a força, liderança e influência das profissionais, sendo necessário sensibilizar toda a sociedade para deixar nossos espaços cada vez mais igualitários, justos, resilientes, sustentáveis e livres de quaisquer tipos de violência e de discriminação”, afirma.
Já a conselheira Cordeiro lembrou que “o selo possivelmente será mundial, com certificação ISO. Assim, as empresas públicas e privadas devem tomar conhecimento sobre esse padrão de como tratar as mulheres nos ambientes de trabalho”, conclui.
Durante o evento, o Governo do Estado do Paraná assinou um protocolo de intenções para se comprometer a ajudar a promover o selo entre empresas, instituições e organizações públicas. Também foi formalizada uma parceria para que o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) apoie a ABNT na certificação das empresas solicitantes do selo.
A certificação é aplicável a qualquer tipo de organização, pública ou privada, independente da sua dimensão, localização e tipo de negócio. As empresas podem ser classificadas com selos bronze, prata, ouro ou platina, dependendo da quantidade de ações adotadas para proteção da mulher contra a violência.
Adesão
Os critérios para adesão foram definidos pelo Instituto Nós Por Elas. Ao todo, são 14 itens que podem ser analisados pela certificadora para definir o nível de comprometimento à causa da prevenção e do combate à violência contra a mulher. A avaliação do cumprimento dos requisitos é certificada pela ABNT
Entre os critérios estão a promoção de ações educativas com os funcionários, a capacitação de colaboradores para que saibam receber e encaminhar denúncias, adoção de regras de compliance e bancos de talento específico para vítimas de violência doméstica. Os 14 critérios podem ser verificados no site do Instituto Nós Por Elas.
“A adesão pode acontecer de maneira gradativa. A empresa pode ver, primeiro, quais são os requisitos que já cumpre. Depois, quais consegue desenvolver a curto prazo para, na sequência, traçar um plano para cumprir os outros requisitos a longo prazo, por isso a certificação tem diferentes níveis”, explicou a presidente do Instituto Nós Por Elas, Natalie Alves.
Com o selo, as empresas têm reconhecimento social por iniciativas focadas nas mulheres, principalmente por oferecer um bom ambiente de trabalho e por alinhar ações internas com a Agenda 2030 – ODS 5 – Igualdade de Gênero.
“As mulheres muitas vezes passam mais tempo no ambiente de trabalho do que em casa. Então, o trabalho tem que ser um local onde elas possam se sentir seguras para levar esse tipo de denúncia. Antigamente, se uma mulher sofria uma violência em casa e precisava faltar o trabalho, ela corria o risco de ser demitida. Hoje, a empresa pode ser um ponto focal para ajudá-la”, finalizou a presidente do instituto.
(Com informações do CAU/PR e AEN-PR)