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CAU/SP recebe doação de acervo do arquiteto Miguel Alves Pereira

Rossella Rossetto, Tagore Leite Alves Pereira, Raquel Schenkman, Cibele Rumel , Nadia Somekh, Catherine Otondo, Valter Caldana e Denise Antonucci

 

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP) realizou nesta quinta-feira, 28 de dezembro, uma solenidade para recepção do acervo do arquiteto Miguel Alves Pereira (1932-2014), doado por seu filho, o também arquiteto Tagore Leite Alves Pereira.

 

A solenidade, que aconteceu na sede do conselho na capital paulista, contou com a presença das presidentes do CAU Brasil, Nadia Somekh, do CAU/SP, Catherine Otondo e do IAB/SP, Raquel Schenkman.

 

Tagore Leite Alves Pereira e Cibele Rumel

 

Além de Tagore, compareceram à solenidade a companheira do homenageado, a arquiteta Cibele Rumel, a conselheira do CAU/SP, Denise Antonucci, representando a Comissão do Centro de Memória e Acervo do CAU/SP, o conselheiro federal do CAU Brasil (2021-2023), Valter Caldana e a conselheira do CAU/SP (2021-2023) e futura conselheira federal suplente do CAU Brasil, Rossella Rossetto.

 

Tagore Leite Alves Pereira assina o termo de doação utilizando a caneta herdada do pai, Miguel Pereira

 

Tagore destacou a dedicação e paixão do pai pelo exercício da profissão. “Para organizar o acervo, nós conseguimos mobilizar amigos do meu pai (…). Se vocês olharem nas páginas dos livros também tem o nome da Cibele Rumel, a quem quero agradecer. Quase 50% do acervo tem lá os nomes Miguel e Cibele. A biblioteca também é dela.” Na ocasião, ele assinou o termo de doação utilizando a caneta herdada do seu pai, Miguel Pereira.

 

Miguel Pereira lutou pelos ideais da profissão sendo membro atuante e reconhecido em diversas entidades ligadas à arquitetura. O arquiteto foi um dos mais atuantes defensores da criação do CAU.

 

Nadia Somekh

 

Nadia Somekh comentou o papel do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil para a criação da Rede de Acervos. “Estamos construindo desde 2021 a Rede de Acervos, que teve o apoio muito importante do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), do Ministério da Cultura e do Arquivo Nacional. Se a nossa missão é valorizar a arquitetura, esse é um jeito da gente valorizar.”

 

Catherine Otondo

 

Catherine Otondo sugeriu que o nome da companheira de Miguel também seja dado ao acervo. “Esse é um acervo que queremos muito tornar público. Também sugiro aqui que seja dado o nome de Acervo do Miguel e da Cibele. Quero agradecer o empenho de vocês e a confiança. Tenham certeza que vamos cuidar muito bem dele aqui.”

 

Doação do Acervo

 

Na solenidade, Valter Caldana, relembrou momentos com o arquiteto, falecido em 2018, e definiu como imprescindível tornar público o acervo que conta parte da história da arquitetura no país. “É mais do que o acervo do Miguel, é a trajetória do IAB até a existência do CAU. (…) Não é só patrimônio físico, mas também ético, moral e comportamental do Brasil.”

 

O processo para doação de coleções e acervos é complexo e envolve muitas entidades, como destacou a presidente do IAB/SP, Raquel Schenkman. “Me alegra ver essa fase desse processo que pude acompanhar um pouco. Sabemos que a questão da memória e do acervo é fundamental para valorizar a arquitetura ”.

 

Tagore Leite Alves Pereira e a futura conselheira federal suplente Rossella Rossetto

 

A futura conselheira federal suplente Rossella Rossetto disse que irá procurar dar continuidade ao trabalho para a valorização da arquitetura pela implementação da rede de acervos.

 

Miguel Alves Pereira

 

 

Nascido na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, em 1922 e formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FAU/UFRGS), Miguel Alves Pereira foi um dos mais atuantes membros Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e da luta pela criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).

 

Em Porto Alegre, trabalhou como arquiteto e professor até a década de 1970, quando passou a atuar também em Brasília. Na década de 1980, concentrou suas atividades na capital paulista, onde manteve escritório e foi professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP).

 

De 1972 a 1976, acumulou os cargos de presidente nacional do IAB e diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB). Pelo IAB foi presidente por três mandatos e, ainda, presidente do IAB do Rio Grande do Sul (IAB/RS) que foi um dos responsáveis pela fundação. Integrou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil como conselheiro federal representando o estado de São Paulo na gestão fundadora.

 

Miguel fundou também a Associação Brasileira de Escolas de Arquitetura (ABEA), em 1973,  e a representação do Brasil na União Internacional dos Arquitetos (UIA) na década de 1970. Participou do Conselho diretor da II Bienal Internacional de Arquitetura, em 1993, e foi vice-presidente da UIA.

 

Além de lecionar na FAU/USP, UFRGS e FAU/UNB foi professor na School of Architecture da Rice University, na Inglaterra. Autor do livro “Arquitetura: Cultura, formação, prática e política profissional”, Miguel faleceu no dia 15 de maio de 2014, em Florianópolis, Santa Catarina.

 

Leia matéria relacionada:

 

Especial: Um ano sem o “Timoneiro” Miguel Pereira

 

(Com informações do CAU/SP)

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