Os Encontros Nacionais sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ENSEA) e o Congresso da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (CONABEA), organizados pela Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), têm como objetivo compartilhar e refletir sobre os resultados de pesquisas e experiências relativas à educação dos arquitetos e urbanistas, de forma a contribuir para o avanço do conhecimento neste campo. O XXXVI ENSEA/XIX CONABEA se propõe a discutir a educação dos arquitetos e urbanistas, tendo como temática central o Ensino e Aprendizagem presencial e o Papel Social do Arquiteto e Urbanista.
Dois eixos temáticos serão discutidos nos eventos 2017: a) Práticas pedagógicas presenciais e a contribuição da educação à distância e; b) A assistência técnica como afirmação do papel social do arquiteto e urbanista.
A respeito da discussões sobre as práticas pedagógicas presenciais e do ensino à distância, a ABEA convida professores, estudantes e interessados no ensino a discutir seus alcances, potencialidades e também suas limitações diante das atividades pedagógicas de integração teórico-prática essenciais ao desenvolvimento das habilidades e competências do futuro arquiteto e urbanista. Se por um lado, experiências exitosas vem sendo apresentadas, possibilitando ampliar o universo de conhecimentos e sua transmissão, por outro, em outras áreas de ensino relacionadas a ofícios que tratam da preservação e melhoria da qualidade de vida e da própria vida humana, da segurança e integridade do patrimônio público e privado e da preservação e recuperação do meio ambiente, apontam para a imprescindibilidade das atividades presenciais. Atividades que, no caso da arquitetura e urbanismo, ocorrem em ateliers, laboratórios, canteiros experimentais e outros espaços vivenciais em que a relação professor-aluno e alunos-alunos se fazem necessárias, cujos espaços e respectivas atividades já estão previstos nas Diretrizes Curriculares devendo, portanto, ser observado por TODOS os cursos de graduação. Espaços e atividades presenciais que demandam a incorporação de práticas pedagógicas inovativas que, somadas às tradicionais, introduzem as plataformas e instrumentos digitais hoje disponíveis.
Observa-se que a regulamentação do ensino a distância (LDB e Decreto nº 5.622, de 19/12/2005) já considera que o uso das metodologias peculiares do ensino a distância não desobrigam os momentos presenciais para atividades como “avaliações de estudantes; estágios obrigatórios; defesa de trabalhos de conclusão de curso; e atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso” (§ 1o do Art. 1o do Decreto 5.622), e destaca-se que as áreas relacionadas a ofícios que possam colocar em risco a vida, o patrimônio ou o meio ambiente, como arquitetura e urbanismo, medicina, e outras tantas, o ensino de graduação apóia-se especialmente e predominantemente nestas últimas atividades, laboratoriais. Especificamente na arquitetura e urbanismo, além dos laboratórios em si, de informática, tecnologia, conforto ambiental, etc., os ateliers de desenho e projeto, tanto do edifício quanto do urbano, com sua prática e dialética constituem espaços vivenciais para o seu ensino.
Assim, o avanço tecnológico e a conjuntura político-educacional incitam a uma reflexão produtiva sobre a incorporação do EaD na área de arquitetura e urbanismo em complementação às práticas presenciais, e não em sua substituição, analisando os limites da adoção da tecnologia de educação a distância diante das habilidades e competências profissionais a serem obrigatoriamente desenvolvidas, bem como o papel do ambiente colaborativo refletido no diálogo presencial professor-aluno e também aluno-aluno na formação profissional. Este é o contexto em que os participantes são chamados a contribuir enviando seus trabalhos.
No que diz respeito à assistência técnica como papel social do arquiteto e urbanista, o ensino da Arquitetura e Urbanismo deve propiciar o equilíbrio entre teoria e prática através de um currículo concebido com base no princípio de convergência entre as situações em sala de aula com as práticas profissionais e extensão universitária, como a assistência técnica. O princípio desta formação tem como ponto de partida a visão da arquitetura e urbanismo no campo da interdisciplinaridade dos conteúdos, um de seus aspectos fundamentais. Procura-se praticar a “aula fora da sala de aula” onde atividades do ensino e prática profissional se faz atuando-se junto ‘a comunidade de forma introduzir os alunos na realidade local, interagindo com os problemas cotidianos de atuação do futuro arquiteto e urbanista.
Assim, visa-se nos Cursos de Arquitetura e Urbanismo, a formação integral de profissionais capacitados a compreender e traduzir as necessidades individuais e coletivas da sociedade contemporânea neste século XXI, como uma das suas responsabilidades sociais. Portanto, como os cursos tem atuado na promoção e atuação da Lei Federal 11.888/2008 que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social?
Justificamos a necessidade de que estamos prestando serviços de formação especializada nas áreas de graduação e identificando individualmente cada um dos seus interessados na sua transformação social. Como estamos conduzindo um sujeito capaz de ser um mediador (a) e difusor (a) do conhecimento técnico-científico e humanístico, considerando sempre as necessidades e especificidades do contexto local e regional, inseridos no contexto universal?
Prof. ROBERTO PY
A ABEA é uma entidade de livre associação e, portanto, vive e se desenvolve graças ao trabalho e dedicação voluntária de inúmeros professores entusiasmados com o ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil, conscientes da importância de seu aprimoramento para o desenvolvimento do país.
O professor Roberto Py, ou simplesmente Py como era conhecido, foi um destacado membro da ABEA, participando e destacando-se em todos os momentos importantes da história recente da entidade e do ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil. Fez parte do grupo que refundou a ABEA em 1985, transformando-a em uma associação de ensino, e não mais de escolas e diretores, quando logo passou a ser uma de suas principais vozes, sempre ponderada, objetiva e assertiva, nas decisões que marcaram os rumos da entidade.
Py ocupava a presidência do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul – CAU/RS, pelo segundo mandato quando precisou partir para novas missões. Além dos inúmeros importantes cargos e funções que ocupou ao longo de quase 50 anos de vida profissional, destacou-se principalmente no âmbito da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, onde se formou na década de 60 e onde foi professor — com especialização em Urbanismo em Milão —, chefe de departamento, coordenador de curso e diretor da faculdade. Roberto Pytambém foi diretor do Instituto do Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul – IPHAE, e do tradicional Colégio Farroupilha de Porto Alegre, cidade onde manteve um profícuo escritório de arquitetura, recentemente em parceria com sua filha.
Na luta política pelo ensino de arquitetura e urbanismo, Py teve atuação marcante e imprescindível como representante das instituições de ensino de arquitetura no antigo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA, onde foi conselheiro federal e vice-presidente, tendo-o presidido em um momento delicado do conselho. Fez parte do momento mais expressivo da Comissão de Especialistas no Ensino de Arquitetura e Urbanismo – CEAU, do MEC, nos anos 1990, coordenando-a quando foram desenvolvidas e implantadas as diretrizes curriculares e os perfis e padrões de ensino, instrumentos renovadores que puderam garantir um mínimo de qualidade e infraestrutura para os cursos de arquitetura e urbanismo quando iniciou-se o período de abertura acelerada de novos cursos no país.
Após sua contribuição à CEAU, coordenou a implantação dos instrumentos de avaliação de cursos, inovadores e pioneiros na época, e que serviram de modelo inicial para a implantação do sistema de avaliação de todas as outras áreas pelo INEP/MEC. Participou, com sua postura crítica, porém proativa, das sucessivas comissões responsáveis pelo Provão, Enade e outras instâncias de avaliação do ensino superior. E, mais recentemente, Py era um dos entusiastas e dos grandes contribuidores no desenvolvimento da proposta de reformulação e atualização das diretrizes ainda em trâmite no MEC.
Nos eventos e atividades da ABEA, Py estava sempre presente, sentando nos cantos das primeiras filas e sempre pronto para emitir sua opinião equilibrada, corrigindo e apontando os rumos durante os debates mais acalorados. Nos bastidores, era o amigo sempre elegante com simpático sorriso no rosto e posições firmes e sinceras.
Seu pensamento positivo em prol do ensino da arquitetura e urbanismo continuará sempre presente. Roberto Py, assim como Maria Elisa Meira, Carlos Maximiliano Fayete tantos outros, serão sempre membros e dirigentes inesquecíveis da ABEA a quem estendemos nosso agradecimento e fazemos nossas sinceras homenagens.
PÚBLICO-ALVO
O público alvo é constituído de professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação e de graduação em Arquitetura e Urbanismo de todo o país e áreas afins. Espera-se contar com adesão de professores e pesquisadores estrangeiros.
PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR
LOCAL
Solenidade de abertura 25/outubro:
Auditório do Conselho Nacional de Educação, Brasília
Evento dias 26 e 27/outubro:
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília
INSCRIÇÕES
Realize seu cadastro no hot site do evento: http://cientifico.abea.org.br.
As inscrições para as atividades opcionais de 28 de outubro podem ser feitas aqui.
SUBMISSÃO DE ARTIGOS
Artigos científicos:
Realize seu cadastro no hot site do evento: http://cientifico.abea.org.br
Modelo para submissão de artigos: acesse aqui.
Prazo de submissão: 7 de julho
CONTATO E INFORMAÇÕES: ABEA – [email protected]
Fonte: CAU/DF