O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) celebra o Dia Mundial do Urbanismo nesta sexta-feira (8/11), reforçando a importância do planejamento urbano sustentável. “Em um país onde mais de 85% da população vive em áreas urbanas, o futuro das cidades exige atenção especial, principalmente em relação à questão climática”, afirma Patrícia Sarquis Herden, presidente do CAU/BR, aproveitando a celebração para convidar a sociedade a refletir sobre a importância da construção de cidades mais sustentáveis e resilientes para um futuro mais justo e saudável.
No contexto das mudanças climáticas, os desafios do urbanismo tornam-se cada vez mais urgentes. As previsões de transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima impactam especialmente as áreas urbanas, principalmente por meio de inundações e deslizamentos de terra. As periferias urbanas e a população de baixa renda estão entre as mais vulneráveis a esses riscos.
Para a conselheira federal do CAU/BR e coordenadora da Câmara Temática de Meio Ambiente e Extremos Climáticos da Comissão Especial de Política Urbana e Ambiental (CPUA) do CAU/BR, Leila Marques, o papel dos urbanistas é fundamental na programação de ações de mitigação de desastres iminentes em seus planejamentos. “Urbanistas precisam atuar de forma incisiva na programação de planos de emergência e mitigação, que ajudem a reduzir os danos e protejam as populações mais vulneráveis”, comenta.
“O Brasil enfrenta o problema de assentamentos urbanos instalados em áreas de risco evidente, onde a remoção nem sempre é simples. Muitas vezes, faltam territórios próximos para a realocação ou infraestrutura adequada nos locais propostos por governantes para receber essas famílias”, explica a conselheira federal.
Segundo Leila Marques, o desenvolvimento de soluções técnicas para aumentar a resiliência urbana ainda é uma área pouco explorada. “Precisamos de mais trocas de conhecimento e do incentivo à criação de estratégias técnicas de resiliência, que auxiliem as cidades a se prepararem melhor para os eventos climáticos extremos”, afirma.
A Câmara Temática do CAU/BR tem como objetivo trazer à tona o debate sobre esses temas, muitas vezes tratados com importância secundária em vários empreendimentos urbanos, e criar diretrizes que orientem o trabalho dos profissionais da área. A Câmara também pretende propor um Plano Nacional Integrado de Resiliência Urbana, que será encaminhado aos Ministérios do Meio Ambiente e das Cidades, visando às discussões da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30).
Pensando no engajamento da sociedade civil e dos profissionais da área no debate sobre urbanismo e mudanças climáticas, a Câmara Temática também tem se mobilizado para envolver a sociedade e os profissionais no debate sobre urbanismo e mudanças climáticas. “Nossa participação em eventos, como a pré-conferência na cidade do Rio de Janeiro, e a Conferência Nacional de Meio Ambiente em maio de 2025, é uma oportunidade importante para fortalecer essa troca. Queremos ouvir a sociedade e contribuir com o governo para políticas públicas que garantam um urbanismo mais sustentável e inclusivo”, destaca Leila Marques.