Elaborar um projeto arquitetônico de forma participativa pode não ser uma tarefa simples. No entanto, o projeto “Reforma do Praeirinho” atendeu essa proposta e ainda ficou em 2° lugar na categoria “Do Edificado”, no Edital de Chamamento Público CAU/MT nº 02/2023.
A modalidade do concurso busca contemplar propostas de melhorias habitacionais em assentamentos humanos. Segundo Louhanna Acioly Wanderley, uma das responsáveis pelo projeto, o principal diferencial foi o método de trabalho, que consistia na participação da família durante as etapas.
A obra, que está sendo executada, contempla a adequação de uma casa no bairro Praeirinho, localizado em Cuiabá. A atuação teve início ainda em 2021, na pandemia de Covid-19. “A gente teve que utilizar nossas metodologias e aliar com as distâncias que a gente tinha, mas deu tudo certo e a obra segue sendo feita e executada aos poucos”, relata.
A habitação de 52,44m² era composta por dois quartos, um banheiro, cozinha e sala para uma família de baixa renda (uma idosa e um filho adulto). O desafio maior era solver os diversos problemas da edificação relacionados à salubridade, segurança, saneamento básico, privacidade e outros.
A proposta priorizou a ventilação e iluminação natural, por isso, foi projetado um novo cômodo na frente da casa para abrigar a nova cozinha compartilhada com o ambiente da sala. Desta forma, a antiga cozinha se transformou em um quarto, podendo-se criar um quintal, com possibilidade de abrir janelas e obter uma pequena área de serviço.
Neste quintal foi incluída estrutura externa elevada para a caixa d’água. Propôs-se elevar a cobertura para cobrir o novo cômodo da casa e melhorar o conforto térmico interno. Outro elemento do projeto foi o muro da residência que apresentava riscos de queda. Além da segurança, foi criado um elemento que contribuísse visualmente para a fachada.
Outra demanda importante foi o banheiro, para o qual foi definido um novo layout que permitiu a realocação dos pontos de entrada de água e saída de esgoto, além de uma elevação do nível existente para garantir acessibilidade.
Durante o processo, foram utilizadas diversas ferramentas para que a família também pudesse participar das tomadas de decisão. Foram realizados diferentes encontros desde o primeiro contato com a família, o levantamento arquitetônico, desenvolvimento da proposta e a apresentação final para validação.
Louhanna diz que o concurso tem um caráter essencial para promover e incentivar esses trabalhos e a questão da assessoria técnica em Cuiabá. “Foi um privilégio fazer parte dele, pudemos nos aproximar mais da moradora, Dona Margarida, e entender melhor as suas demandas”, finaliza.
(Com informações de CAU/MT)