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Constância Crispim: “a Arquitetura é o reflexo da vida humana”

Fascinada pelas fotos das obras de construção de Brasília, que via aos nove anos nas revistas Cruzeiro e Manchete, assinadas pelo seu pai, a menina Maria Constância Ventura Crispim nem imaginava que estava diante da profissão que seria a sua paixão para a vida inteira. “Passava horas folheando as revistas. Muitas vezes colocava um papel fino, que vinha no caderno de desenho e ficava copiando, a lápis, aquela imagem. Certo dia, minha irmã mais velha me viu desenhando e perguntou: por que você não faz arquitetura? E eu respondi, com uma pergunta: o que é isto? Assim, posso dizer que foi paixão!”, lembra a arquiteta e urbanista Constância Crispim, que reside na Paraíba.

 

Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1974, Constância Crispim começou a trabalhar como arquiteta da FURNE (antiga UEPB) em 1976. “Na ocasião fizemos um estudo de mobilidade urbana, com os arquitetos e engenheiros de transporte da UFPB (campus de Campina Grande), PMCG e FURNE, no sentido de eliminar a passagem de nível que dava acesso a FURNE, com a criação de uma rotatória. Por conta deste trabalho, fui convidada a ingressar na UFPB, onde trabalhei, a princípio, como arquiteta”, contou.

Arquiteta e urbanista Constância Crispim, em seu escritório em Campina Grande. Foto: Acervo pessoal.

 

Em 1983 a arquiteta e urbanista passou no concurso da UFPB e posteriormente fez especialização em Administração Hospitalar e mestrado em Engenharia da Produção, na área de Ergonomia. Em 2006, após aposentada, Constância atendeu ao convite da Unifacisa e ingressou na instituição como coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, cargo que exerceu até o final de 2013. Hoje, a arquiteta permanece na instituição como professora e continua trabalhando no seu escritório próprio, localizado na cidade de Campina Grande.

 

Para Constância, a arquitetura é uma representação dos costumes sociais. “A arquitetura é o reflexo da vida humana, desta forma, tem sofrido alterações radicais nos últimos anos”, destacou a profissional, apontando o uso da tecnologia e a preocupação com o meio ambiente como essenciais na profissão nos dias atuais. “A tecnologia tem fornecido elementos essenciais para o desenvolvimento rápido e vertiginoso da profissão. Hoje, a arquitetura tem se mostrado bastante eclética e diversificada, com uma preocupação maior com o meio ambiente, que se reflete nas soluções projetuais”, analisou.

 

 

Hospital Clipsi, em Campina Grande. Projeto de Constância Crispim. Foto: Acervo pessoal.

 

Sobre o futuro da profissão, Constância afirma que o profissional deve enfrentar os novos paradigmas que virão, vendo neles não uma imposição, mas um grande desafio à sua capacidade criadora. “O arquiteto e urbanista deve demonstrar uma força inventiva, aderindo instintivamente aos novos instrumentos que a vida oferece, sem esquecer de que por meio da arquitetura e do urbanismo podemos simplesmente aderir a linguagem que temos para exprimir os ideais de um mundo melhor”.

 

Igreja em Osasco, projeto de Constância Crispim. Foto: Acervo pessoal.

 

Admiradora do trabalho de mestres da Arquitetura e Urbanismo como Paulo Mendes da Rocha, João Filgueiras Lima (Lelé) e Ruy Ohtake, Constância Crispim deixa uma mensagem aos estudantes que, assim como ela, escolheram a Arquitetura e Urbanismo como profissão e paixão para a vida. “Diria a estes futuros e novos profissionais que nunca deixem de sonhar, acreditem no seu trabalho, sejam humildes e aprendam com as suas falhas”, finalizou.

 

Por Fabíola Bessa, Assessora de Comunicação do CAU/PB

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