Agenda Urbana

Consulta pública do CAU/BR destaca mobilidade e habitação como prioridades urbanas

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) anuncia os resultados preliminares da consulta pública nacional sobre a Agenda Urbana, realizada de forma digital e abrangente, com a participação de mais de 11 mil arquitetos, urbanistas e cidadãos. A pesquisa trouxe insights sobre mobilidade urbana, habitação, resiliência climática e outros pontos críticos para a qualidade de vida nas cidades brasileiras.

Para discutir os principais achados e o impacto dessa consulta no futuro das políticas urbanas no Brasil, o Perspectiva CAU conversou com o conselheiro federal e coordenador da Comissão Especial de Relações Institucionais (CRI) do CAU/BR, Kleyton Marinho.

A consulta pública, realizada em parceria com a Colab Tecnologia e Serviços de Internet S.A., representa um passo importante dentro do projeto “Arquitetura com Política”, da CRI-CAU/BR, para fortalecer a integração entre profissionais de arquitetura, urbanismo e a sociedade na construção de cidades mais sustentáveis e inclusivas.

Kleyton Marinho destacou os principais achados e o impacto dessa consulta para o futuro das políticas urbanas no Brasil. Confira trechos da conversa a seguir:

 

Perspectiva CAU: Conselheiro Kleyton, o que mais chamou sua atenção nos resultados preliminares da consulta pública sobre a Agenda Urbana?

Kleyton Marinho: O que mais me impressionou foi a alta participação de cidadãos. Tivemos 11.813 respondentes, sendo 8.280 cidadãos e 3.532 arquitetos e urbanistas. Isso mostra que as questões urbanas estão no centro das preocupações da população e que há uma demanda latente por soluções que promovam uma melhor qualidade de vida nas cidades.

 

Perspectiva CAU: Quais foram os principais problemas apontados pelos participantes?

Kleyton Marinho: O principal problema identificado foi a mobilidade urbana, com 31% dos votos, seguido pela habitação, com 16%. Esses temas são cruciais, pois influenciam diretamente a rotina e a qualidade de vida das pessoas. A ineficiência no transporte público e a carência de habitação adequada afetam tanto os profissionais de arquitetura quanto os cidadãos comuns.

 

Perspectiva CAU: Houve alguma diferença significativa entre as regiões do país?

Kleyton Marinho: Sim, o Sudeste concentrou a maior quantidade de votos, especialmente no Rio de Janeiro e São Paulo. No entanto, o Nordeste apresentou um equilíbrio interessante entre as respostas de arquitetos e cidadãos. O Norte teve a menor participação de arquitetos e urbanistas, o que pode ser um ponto de atenção para futuras consultas.

 

Perspectiva CAU: Como a consulta abordou a questão da habitação?

Kleyton Marinho: A habitação foi o segundo problema mais mencionado, com destaque para a falta de programas habitacionais adequados, especialmente nas periferias. Ampliar esses programas é fundamental para reduzir desigualdades sociais e promover um ambiente urbano mais inclusivo e sustentável.

 

Perspectiva CAU: E sobre resiliência climática? Esse tema foi bastante discutido?

Kleyton Marinho: Sem dúvida. Muitos participantes destacaram a ausência de planos eficientes para lidar com desastres naturais, como enchentes. A necessidade de políticas de resiliência é urgente, especialmente diante dos desafios climáticos que o Brasil enfrenta, com eventos cada vez mais frequentes e intensos.

 

Perspectiva CAU: A gestão de resíduos sólidos foi um dos pontos mais citados. Como isso apareceu na consulta?

Kleyton Marinho: A gestão de resíduos sólidos foi uma das principais preocupações, com muitos participantes sinalizando a ineficiência dos sistemas de coleta seletiva. Esse problema afeta diretamente a sustentabilidade urbana e requer soluções rápidas, como a ampliação da coleta seletiva e a melhoria dos processos de tratamento de resíduos.

 

Perspectiva CAU: A participação da população nas decisões urbanas também foi um tema relevante. O que podemos fazer para melhorar isso?

Kleyton Marinho: Houve uma insatisfação generalizada quanto à falta de participação popular nas decisões urbanísticas. Incorporar processos participativos é essencial para garantir que as políticas públicas reflitam as reais necessidades da população. Isso pode aumentar a confiança no poder público e resultar em cidades mais justas e alinhadas aos anseios dos cidadãos.

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