O escritório brasileiro de arquitetura Aleph Zero foi duplamente premiado, dia 8 de maio de 2018, pelo Royal Institute of British Architects (RIBA), pelo projeto “Moradias Infantis” em Formoso do Araguaia (TO), dos arquitetos e urbanistas curitibanos Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes.
O RIBA International Prize 2018 é dividido em duas categorias. O RIBA International Emerging Architect elege apenas um projeto como o melhor da arquitetura emergente. O RIBA Awards for International Excellence seleciona os 20 melhores novos prédios do mundo, uma lista de classificados para o RIBA International Prize 2018 propriamente dito, cujo vencedor será anunciado em novembro. Utrabo e Duschenes ganharam em ambas as categorias.
O trabalho é resultado de parceria com o designer Marcelo Rosenbaum, cuja sócia de escritório, a arquiteta Adriana Benguela, assina o projeto como responsável técnica.
Em 12 anos de existência do prêmio internacional, é a primeira vez que brasileiros são laureados. Paulo Mendes da Rocha recebeu em 2017 a RIBA Gold Medal , mas fora do prêmio.
As “Moradias Infantis” abrigam 540 crianças de uma escola rural da Fundação Bradesco, na Fazenda Canuanã. Construída a partir de madeira pré-fabricada e reflorestada, o projeto se destaca pelo uso dos recursos naturais de forma inteligente e sustentável.
Para a presidente do Grupo RIBA Awards, Julia Barfield, os arquitetos da Aleph Zero são reflexivos e atenciosos, e estão reinterpretando o uso de recursos naturais que rodeiam a região de uma forma inovadora que promove sustentabilidade econômica e ambiental. “Ficamos impressionados pela maneira com que os arquitetos adotaram a questão de como a arquitetura pode estimular quem a usa, assim como sua comunidade ao redor, em uma região rica em recursos naturais mas pobre em oportunidades, educação e recursos econômicos”, comentou em nota oficial.
Ben Derbyshire, presidente do RIBA, explica que os 20 projetos da categoria International Excellence foram selecionados segundo sua ambição na arquitetura, simplicidade no design e excelência na execução. “[A categoria] é um testamento da amplitude e da qualidade da arquitetura sendo criada no mundo. Essas características são exemplificadas no inspirador projeto da Aleph Zero, para quem estamos felizes em conceder o RIBA International Emerging Architect 2018.”, comenta Derbyshire.
Para Pedro Duschenes, “ter o reconhecimento de uma das principais instituições de arquitetura do mundo evidencia a coerência do trabalho realizado e aponta que as questões levantadas, embora profundamente ligadas aos problemas locais, reverberam para além das fronteiras nacionais”.
Gustavo Utrabo disse que receber tamanho reconhecimento foi importante porque vai além de laurear apenas uma edificação. “Ganhar um prêmio concedido por uma instituição tão importante como o RIBA condecora não só a arquitetura proposta, que é decorrente de um fazer nacional, mas também demonstra que há interessantes caminhos a serem explorados para uma nova geração de arquitetos”, comentou Utrabo.
Entre os prêmios que o projeto da Aleph Zero ganhou com a estão o Prêmio APCA 2017, da Associação Paulista dos Críticos de Arte, na categoria Obra de Arquitetura no Brasil; o 5º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável; o Prêmio ArchDaily Building Of The Year 2018, na categoria Melhor Edifício de Arquitetura Educacional do mundo e o Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake AzkoNobel.
Os 20 projetos contemplados são de 16 diferentes países e têm diversas finalidades como infraestrutura urbana, moradias privadas, equipamentos culturais, espaços públicos, escolas e prédios comerciais. Os vencedores incluem uma estação de metrô em Budapeste, uma universidade na China, uma “floresta vertical” em Milão e um chalé na Austrália. Conheça todos no vídeo abaixo:
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