Convidado pelo Círculo Psicanalítico de Pernambuco (CPP) para contribuir com a discussão sobre as relações das pessoas com a cidade, o CAU/PE recebeu, no dia 6 de outubro, a terceira rodada da mostra “Curta o Círculo”. Após a exibição de curtas-metragem que falavam sobre questões humanas relacionadas com o espaço físico, houve um debate com a conselheira Claudia Torres e a psicanalista e cineasta Isabella Cribari. O encontro fomentou reflexões sobre como as mudanças da cidade devem contemplar as necessidades da população.
O primeiro curta, “De Profundis”, explicitou o alto índice de suicídio e depressão na cidade de Itacuruba, no Sertão pernambucano. O índice é decorrente da mudança de local do município após a construção da barragem de Itaparica, em 1988, que inundou parte da região. Já em “Dos restos e das solidões” mostra uma cidade-fantasma no interior do Ceará e a relação do local com uma mulher que ali viveu e ainda se sente apegada afetivamente ao espaço físico.
Após a exibição, o debate se concentrou em analisar a relação das pessoas com o espaço urbano e como mudanças físicas podem ter consequências sociais. O caso de Itacuruba foi o mais citado, visto que Isabella produziu o filme e conheceu de perto o contexto. “A questão não é só o lugar, mas a afetividade em relação ao local, porque essa ligação é mais importante do que se pensa”, comentou ela. “As mudanças na cidade devem contemplar e respeitar as necessidades e sentimentos da vida humana”, pontuou Cláudia Torres.
O presidente do CAU/PE, Roberto Montezuma, também participou do debate e levantou a questão da atenção ao interesse popular no processo de mudanças estruturais na cidade. “Hoje, as pessoas estão pedindo patrimônio, estão atuando pela cidade e se tornando vanguarda dessa mudança de paradigma”, enfatizou.
FONTE: CAU/PE
Publicado em 17/10/2016