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“É preciso olhar a arquitetura como bem cultural e não como negócio”, diz Mangabeira

Foi realizado com sucesso o Café com Egresso 2018, pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Sergipe (CAU/SE), na sexta-feira, (17), no Del Mar Hotel em Aracaju.

 

Com uma vasta programação voltada para os arquitetos e urbanistas que colaram grau nos, primeiro e segundo semestres de 2018, o evento contou com rodas de conversa de profissionais da arquitetura e urbanismo com relatos de suas experiências no mercado de trabalho sergipano, além de palestra do arquiteto urbanista Daniel Mangabeira, que mostrou sua vasta trajetória e suas influências profissionais.

 

Arq. urb. Maria Hora, Cons. Fed. Fernando Márcio de Oliveira, Arqu. urb. Daniel Mangabeira, Presidente do CAU/SE Ana Maria Farias, Cons. Est. Sarah França, Ass. Com. Tiffany Tavares, Arq. urb. Alexsandro Porangaba e Vice presidente Marcelo Maciel. Foto: CAU/SE

 

Na abertura do evento, a presidente do CAU/SE, Ana Maria Farias falou sobre a história da profissão da arquitetura e urbanismo, o surgimento do CAU, assim como, a função e estrutura do conselho sergipano.

 

Segundo ela, a profissão de arquiteto urbanista surgiu oficialmente em 1933, juntamente com outros profissionais filiados ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA).

 

“Em 31 de dezembro de 2010, após 50 anos de luta, foi instituída a Lei 12.378/2010 – que cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil e os conselhos de cada estado brasileiro – com todas as diretrizes que regulamentam a profissão do arquiteto urbanista. O papel do CAU é regulamentar o exercício de arquitetura e urbanismo no pais, que representa uma conquista histórica para a categoria e nos trouxe maior autonomia e representatividade”, detalhou a presidente Ana Maria Farias, ressaltando que, nos últimos anos, os arquitetos urbanistas estão traçando o caminho e o futuro da profissão.

 

Presidente do CAU/SE Ana Maria Farias. Foto: CAU/SE

 

O arquiteto urbanista recém formado pela Universidade Tiradentes (UNIT), Gean Silva observou a ação do CAU/SE como um suporte de credibilidade para os novos profissionais. “Quando entramos no mercado nos sentimos desamparados. E ter um apoio do conselho, em trazer profissionais de ramos diferentes, ainda pouco explorados como desse evento é de grande valia. Acabamos por ampliar ainda mais a perspectiva do que é a realidade da nossa profissão, após saírmos da universidade”, finalizou.

 

A primeira Roda de Conversa, com o tema “As diversas atuações do arquiteto urbanista”, teve como objetivo traçar perfis de arquitetos urbanistas de diferentes nichos profissionais, a exemplo da área acadêmica, comercial e gestão empresarial e os seus desafios. Foram eles: Leila Pires, Expedito Júnior, Edílio Lima e Alexsandro Porangaba.

 

Arquiteto urbanista Daniel Mangabeira. Foto: CAU/SE

 

Já na segunda roda de conversa foi tratado o tema “Empreendedorismo na Arquitetura e Urbanismo”. Para o presidente do CAU/AL, arquiteto urbanista Heitor Maia, alguns fatores são importantes para o desenvolvimento adequado da profissão, entre eles, a aplicação da Lei da Assistência Técnica Gratuita em Habitação de Interesse Social (ATHIS), como um caminho para o mercado profissional.

 

“É necessário aproveitar as oportunidades, dominar as normas técnicas e aprender muito em obras. É preciso estabelecer um estágio obrigatório e criar canais alternativos para suprir a ausência comprovada da demanda de serviços. Existe a necessidade de ampliar e atualizar e muito o conhecimento da tecnologia na nossa formação e por fim a necessidade de implantação da residência técnica em ATHIS, que é fundamental para nossa profissão. Não apenas como um instrumento de aperfeiçoamento da formação, mas principalmente de abertura de mais um nicho de mercado de trabalho para o arquiteto urbanista”, pontuou Maia.

 

Arquitetura como negócio

 

2ª Roda de Conversa: presidente do CAU/AL Heitor Maia, arquiteta urbanista Maria Hora e o conselheiro federal do CAU/SE, Fernando Márcio de Oliveira. Foto: CAU/SE

 

A arquiteta urbanista Maria Hora falou sobre o empreendedorismo nos negócios da arquitetura. “Nós somos treinados para ter um olhar diferenciado para os clientes. Precisamos entender a nossa responsabilidade perante a sociedade. Na maioria das faculdades não somos formados para gerir nosso negócio ou carreira. Vamos olhar qual é a dor do mercado, quais são as necessidades dos clientes, da sociedade. O arquiteto precisa entender o poder de transformar a vida das pessoas. Enxerguem arquitetura como negócio. Arrisquem e estudem negócios”, recomendou.

 

Arquitetura como bem cultural

 

Arquitetos urbanistas: Leila Pires, Expedito Jr., Edílio Lima, Alexsandro Porangaba e a conselheira estadual do CAU/SE, Sarah França. Foto: CAU/SE

 

Já o arquiteto urbanista Daniel Mangabeira destacou a arquitetura como um bem cultural e social, mas que envolve negócio. “Cultura também é economia. Nesse momento do país é preciso entender que nem sempre a realidade tem compromisso com a verossimilhança. Por exemplo, o que vemos nas redes sociais não é real de certa forma. O campo de trabalho de atuação da arquitetura é gigantesco e precisa ser entendido também como um bem cultural. Arquitetura é uma necessidade muito básica. Isso preenche a alma, quando trabalhamos com essa realidade e suprimos a demanda do outro como ser humano. Isso é muito bonito”, argumentou.

 

Ao final da palestra foi aberto espaço para dúvidas e questionamentos. Participaram também evento, os conselheiros estaduais do CAU/SE, Sarah França, o coordenador da Comissão de Ensino e Formação (CEF) e vice-presidente do CAU/SE, Marcelo Maciel; o conselheiro federal pelo CAU/SE, Fernando Márcio de Oliveira e a presidente do conselho, Ana Maria Farias.

 

Fonte: CAU/SE

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