O X Encontro Nacional de Coordenadores da Comissão Ordinária de Ensino e Formação (CEF) do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) teve início no dia 3/9, no Centro de Convenções de Vitória, no Espírito Santo. A mesa de abertura contou com a presença dos conselheiros federais Carlos Eduardo Mesquita Pedone, coordenador em exercício da Comissão de Ensino e Formação (CEF-CAU/BR), e Tito Augusto Abreu de Carvalho, além dos conselheiros estaduais André Lima Ferreira, coordenador da CEF-ES, e Mônica Fittipaldi Binda.
Mediada pela conselheira Poliana Risso, representante das Instituições de Ensino Superior (IES), a palestra sobre os “Desafios e Interdisciplinaridade da Extensão Universitária” foi proferida pela professora universitária e mestre em Arquitetura e Urbanismo, Merlin Janina Diemer, coordenadora pedagógica da Extensão Acadêmica da Universidade do Vale do Taquari (Univates), no Rio Grande do Sul.
Merlin Diemer compartilhou sua experiência ao ser capacitada em Extensão em 2014, destacando a singularidade dessa prática educacional. Segundo a mestre em Arquitetura e Urbanismo, a extensão “desacomoda o professor” e proporciona experiências únicas aos estudos, que os transformam e configuram suas personalidades. “A extensão é singular, é individual. O que um estudante vivencia é diferente do que outro experimenta, porque cada experiência é moldada pela bagagem que cada um carrega e pelo modo como se envolve”, afirmou.
A professora ressaltou a importância da extensão na formação acadêmica, especialmente após a Resolução CNE/CES 7/2018, que estabeleceu diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira. Essas diretrizes enfatizam a interação dialógica, a interdisciplinaridade, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, e o impacto social dessas práticas.
Diemer também apresentou casos práticos de cursos noturnos com extensão diurna, onde as atividades extensionistas são integradas ao currículo de graduação, não apenas como uma atividade complementar, mas como um componente essencial das disciplinas. Um exemplo destacado foi o projeto “Habitar Bem”, que promoveu uma rica troca de conhecimentos com a comunidade local, em parceria com o grupo “Capacete Rosa”.
A coordenadora do mestrado em Arquitetura e Cidade da Universidade de Vila Velha, professora doutora Melissa Ramos de Oliveira, comentou o tema, com foco no livro que organizou: “Práticas Extensionistas em Arquitetura e Cidade”. O livro busca refletir sobre as demandas da extensão universitária e está dividido em três grandes seções: impacto econômico e sociocultural; educação, e impactos artístico e tecnológico.
Entre os desafios apontados por Merlin, estão a remuneração e as passagens para os alunos, a necessidade de capacitação dos professores, e as questões de segurança e tempo de execução dos projetos de extensão, muitas vezes realizados fora do horário regular de trabalho.
Melissa concluiu destacando que a extensão universitária não é apenas uma atividade complementar, mas um elo essencial entre as instituições de ensino e a comunidade, que possibilita a construção de sociedades mais justas, inclusivas e resilientes. “A extensão é o espaço onde o aprendizado ocorre por meio da interlocução entre a universidade e a sociedade, fortalecida pelo protagonismo estudantil”, concluiu.
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O evento segue durante todo o dia 4/9, no mesmo local. Confira a programação!