PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Engajamento comunitário é destaque em painel do seminário sobre patrimônio

Anielle Freitas fala sobre engajamento comunitário na conservação do patrimônio (Foto: Arthur Bruckman)

Na manhã do dia 14 de agosto, durante o seminário “Legados e Lições: Um Olhar sobre 60 Anos da Carta de Veneza”, realizado em Olinda-PE, a arquiteta e urbanista Anielle Freitas conduziu o painel “Políticas Públicas e Engajamento Comunitário”.

Anielle, mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é arquiteta na Diretoria de Patrimônio Cultural da Prefeitura de Belo Horizonte e atua na Paspartú Arquitetura Urbanismo e Patrimônio Cultural. Ela também é membro associada do ICOMOS-Brasil nos comitês de Documentação e de Patrimônio Industrial.

Durante sua apresentação, Anielle abordou temas que, apesar de não estarem contemplados na Carta de Veneza, são fundamentais para o cenário atual: políticas públicas e engajamento comunitário. Para contextualizar, ela destacou o panorama mundial na época da publicação da Carta, mencionando os movimentos populares na Europa, a divisão pelo Muro de Berlim e as lutas por independência na Ásia e na África. No Brasil, em plena ditadura, já havia a atuação do Iphan. “No Brasil, em relação às políticas pública, já havia a atuação do Iphan desde 1937”, pontuou.

Em seguida, Anielle contou um pouco sobre o crescimento da cidade de Belo Horizonte. “Belo Horizonte foi criada sob uma estética eclética, porque ela não queria mais se parecer com uma colônia”, contou. A professora explicou que essa estética não tinha nada a ver com o que o Iphan protegia naquela época. Durante a década de 60, com impulso econômico, houve uma verticalização no centro da cidade.

O desaparecimento de algumas partes da cidade começou a incomodar algumas pessoas, principalmente estudantes de arquitetura. Anielle citou como exemplo o que aconteceu após a demolição do antigo Cine Metrópole, em BH. “Quando houve a demolição do prédio para construção de uma agência do Bradesco, houve uma movimentação dos estudantes de arquitetura. Isso culminou na criação da lei que organiza a proteção do patrimônio cultura de Belo Horizonte”, contou.

Criada em 1984, a lei permaneceu adormecida até a promulgação da Constituição Federal em 1988. “Com isso, a lei foi retomada e começou a ser efetivada na cidade por volta de 1990, com a criação do Conselho Deliberativo de Patrimônio”, afirmou. Anielle destacou que o Conselho, por ter poder deliberativo, ajudou a mudar bastante o cenário de preservação.
Ao longo da sua apresentação, a professora falou sobre a importância da participação comunitária no âmbito da preservação e das políticas públicas.

O seminário “Legados e Lições: Um Olhar sobre 60 Anos da Carta de Veneza” aconteceu em Olinda-PE, nos dias 13 e 14 de agosto. A transmissão foi feita pelo canal do Youtube do CAU/PE. Para quem quiser acompanhar o que aconteceu, é possível assistir às palestras no canal oficial do CAU/PE no YouTube.

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