A qualidade do ensino e da formação em arquitetura e urbanismo foi um dos destaques do III Seminário Nacional de Formação, Atribuições e Atuação Profissional, promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), com apoio do CAU/ES. O evento, realizado no Centro de Convenções de Vitória, nos dias 5 e 6 de setembro, reuniu especialistas para discutir os desafios dos cursos de arquitetura e urbanismo no Brasil.
Durante a mesa redonda mediada pelo conselheiro federal Carlos Eduardo Mesquita Pedone, coordenador em exercício da Comissão de Ensino e Formação (CEF-CAU/BR), no dia 6/9, a doutora, arquitetura e urbanista Ana Maria Reis de Góes Monteiro abordou a necessidade de reformular os currículos e discutir os Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs) a nível nacional e estadual. Ao final, sugeriu a realização de oficinas com a participação de conselheiros do CAU e da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA) para “entender, de fato, que arquitetos estão sendo formados no país”.
Ana Maria Reis de Góes Monteiro também apresentou dados preocupantes sobre a razão aluno-docente, que chega a 171 alunos por professor no ensino a distância (EAD), enquanto nas instituições privadas presenciais é de 48. Além disso, trouxe para reflexão números do INEP que indicam uma redução no número de professores nos últimos 10 anos. Em 2012, eram 362.732 professores e em 2022 o número de professores caiu para 362.116.
A doutora, arquitetura e urbanista Maria Elisa Batista complementou o debate abordando a questão das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Segundo Batista, o parecer do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) que embasou a mudança da posição do Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2 de agosto, apresenta dados questionáveis. “Quando novas diretrizes são aprovadas, espera-se uma melhoria. Isso envolve a revisão de pressupostos e arranjos institucionais consolidados”, afirmou, ressaltando que a íntegra da resolução ainda não é amplamente conhecida.
Carlos Pedone, por sua vez, destacou o trabalho que a CEF-CAU/BR herdou da gestão anterior, um estudo encomendado à FGV sobre a aderência dos PPCs às atribuições profissionais dos arquitetos e urbanistas. “Estamos utilizando esses dados para enfrentar o EAD”, frisou.
Perdeu o debate, ainda dá tempo de assistir no canal oficial do CAU/BR no YouTube. Confira!