Os eixos temáticos que nortearão o 27º Congresso Mundial da União Internacional dos Arquitetos (UIA 2020 Rio), o provável local do evento, na área central da cidade, e o site do congresso foram alguns dos pontos discutidos durante a 4ª reunião do Conselho de Instituições de Arquitetura e Urbanismo (Ciau 2020 Rio), realizada sexta-feira (3/06), na sede do IAB/RJ.
Durante a reunião, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), Jerônimo de Moraes, falou sobre a 2ª Conferência Estadual de Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro, evento preparatório para o Congresso da UIA a ser realizado no fim de setembro, e convidou as entidades representadas na reunião a participarem. “Esperamos que a conferência possa contribuir para pelo menos um dos quatro eixos temáticos do Congresso Mundial”.
Um dos temas propostos para o UIA 2020 foi a importância do projeto completo para as obras públicas. A discussão, que tem sido debatida pelas entidades de arquitetura e urbanismo no país, incluindo o CAU/RJ, será a temática principal do Conferência de setembro. “Não há ainda compreensão pela sociedade sobre a complexidade de se elaborar um projeto. Sem planejamento, assistimos a verdadeiros desastres, não só em relação a tragédias como o desabamento da ciclovia Tim Maia, mas quanto ao uso e à função das obras e dos equipamentos públicos”, afirmou Jerônimo de Moraes.
O presidente do IAB, Sérgio Magalhães, ratificou a sugestão. “Esta questão está alinhada com o caminho que pretendemos seguir no Congresso. A discussão do projeto é uma possível síntese dos problemas que enfrentamos nas cidades”. Ele sugeriu ainda que as entidades se unam para tentar firmar compromisso com os candidatos às eleições municipais para que quem for eleito não realize obras públicas sem projetos completos.
Nivaldo Andrade, um dos relatores do Congresso UIA 2020 Rio, apresentou os eixos temáticos que estão sendo discutidos. “Uma das principais questões do evento é refletir sobre os papéis do arquiteto e urbanista frente aos desafios da cidade contemporânea”, disse. A ideia inicial é que os temas do UIA 2020 não sejam divididos por áreas de atuação profissional, mas por conceitos mais abrangentes.
Os primeiros eixos temáticos propostos foram: fragilidades e desigualdades, que abordaria a arquitetura social e autoproduzida e a urbanização de favelas, por exemplo; transitoriedade e fluxos, para discutir a diluição das fronteiras nacionais, as grandes migrações contemporâneas e a arquiteturapara grandes eventos; mudanças e emergências, englobando mudanças tecnológicas, climáticas e grandes catástrofes, assim como a recente retomada dos espaços públicos por movimentos sociais; e diversidade e multiculturalismo, refletindo sobre a cultura arquitetônica própria de cada lugar, as relações entre cultura e gênero entre outros aspectos.
O Conselheiro do CAU/BR pelo Rio de Janeiro, Luiz Fernando Janot, fez uma breve apresentação sobre a relação entre a crise econômica e a atuação profissional. “Precisamos agir imediatamente. Não podemos esperar quatro anos, até o Congresso da UIA, para atuar em relação às questões que estão sendo debatidas”, afirmou.
Representantes de diversas entidades que integram o Ciau participaram do encontro: presidente da Abap, Nina Vaisman; presidente da Abea, Andréa Vilella; presidente da Anparq, Angélica Alvim; presidente da Asbea, Miriam Addor; presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro; presidente do Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa (Cialp), Rui Leão; presidente do IAB/RJ, Pedro da Luz; representantes do IAB na UIA, Roberto Simon e Nadia Someck; Nivaldo Andrade, relator do Congresso; o Conselheiro do CAU/BR pelo Rio de Janeiro, Luiz Fernando Janot, além de integrantes do IAB de outros estados.
O presidente do Cialp, Rui Leão, veio de Macau, na China, para participar da 4ª reunião do Ciau. Ele lembrou que o fórum anual realizado pelo Cialp em abril deste ano na Índia já abordou o tema do Congresso “Todos os mundos, um só mundo”. “Desde muito cedo temos uma articulação muito salutar com o IAB. O objetivo é trazer o que está sendo discutido no exterior para colaborar com a organização do Congresso da UIA”, afirmou.
Para o presidente da Ordem de Arquitetos de Portugal, João Santa-Rita, a participação de arquitetos estrangeiros traz um outro olhar para a organização do congresso. “Como estamos na Europa, pela proximidade, podemos sugerir temas relativos à região. O Rui Leão também conhece os problemas da região em que ele está. Da mesma forma, nossa estadia aqui também é um aprendizado”, disse.
FONTE: CAU/RJ
Publicado em 07/06/2016