A Comissão Especial de Relações Institucionais do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CRI-CAU/BR), coordenada pelo conselheiro federal Kleyton Marinho (AM), integrou a comitiva do conselho que participou, de 5 a 8 de junho, em Whashington-DC, nos Estados Unidos, da Conferência de Arquitetura do American Institute of Architects sobre Arquitetura e Design (AIA24).
Em entrevista exclusiva à Agência de Notícias do CAU/BR, o arquiteto e urbanista Kleyton Marinho destacou os painéis e sessões mais relevantes para as atividades da CRI, bem como informou que será realizado um ciclo de reuniões com parceiros internacionais para formalizar acordos de cooperação para ações que promovam a Arquitetura e o Urbanismo.
Confira a seguir, a íntegra da conversa.
Agência CAU/BR: O senhor pode destacar os painéis ou sessões específicas do AIA24 que considera mais relevantes para as atividades da Comissão de Relações Institucionais do CAU/BR?
Kleyton Marinho: Os painéis ou sessões mais relevantes do AIA24 para a Comissão de Relações Institucionais do CAU/BR foram os painéis relacionados a: Parcerias Internacionais e Colaborações – Sessões sobre como arquitetos de diferentes países estão colaborando em projetos e iniciativas globais; Políticas Públicas e Urbanismo – Discussões sobre políticas urbanas, planejamento urbano sustentável, e as relações entre governo, comunidades e o setor privado; Práticas Inovadoras em Arquitetura – Painéis sobre novas tendências e práticas na arquitetura, como a sustentabilidade, tecnologia e design inovador; Educação e Formação Profissional – Sessões que tratem de padrões educacionais e a formação contínua dos profissionais da arquitetura, e Ética e Responsabilidade Social – Discussões sobre a ética na profissão e o impacto social do trabalho dos arquitetos.
Agência CAU/BR: A CRI conseguiu aproveitou as oportunidades de networking durante o AIA24 para estabelecer novas conexões, fortalecer relacionamentos existentes e identificar potenciais colaboradores ou parceiros?
Kleyton Marinho: A Comissão de Relações Institucionais pôde aproveitar os temas abordados na conferência e nos debates do AIA24 de várias maneiras. Primeiro, ao participar de sessões sobre parcerias internacionais e colaborações, os membros da delegação puderam aprender sobre as melhores práticas e novas oportunidades para cooperação global. Por exemplo, a sessão “Building Bridges: International Collaborations in Architecture” pode fornecer insights valiosos sobre como estabelecer e gerenciar parcerias internacionais eficazes.
Já participar de sessões como “Urban Policy and the Architect’s Role in City Planning” nos permitiu entender as políticas públicas bem-sucedidas em diferentes partes do mundo. Esse conhecimento pode ser aplicado para influenciar positivamente o planejamento urbano no Brasil, ajudando a criar cidades mais sustentáveis e bem planejadas. A troca de experiências com outros profissionais e legisladores nos proporcionaram enriquecer a abordagem do CAU/BR em relação às políticas urbanas.
Agência CAU/BR: Em quais discussões ou debates a CRI participou ativamente durante o evento e quais os principais pontos de vista compartilhados pela organização?
Kleyton Marinho: Dos seguintes painéis:
- Internacionalização e Colaboração Global – “Building Bridges: International Collaborations in Architecture”. Essa sessão destacou parcerias internacionais, explorando como arquitetos de diferentes partes do mundo estão colaborando para resolver desafios globais em arquitetura e urbanismo.
- Políticas Públicas e Planejamento Urbano – “Urban Policy and the Architect’s Role in City Planning”. Painel que aborda as políticas públicas no planejamento urbano e o papel dos arquitetos em moldar as cidades do futuro, incluindo exemplos de políticas bem-sucedidas de diferentes cidades ao redor do mundo.
- Inovação e Sustentabilidade – “Sustainable Design: Innovations and Challenges”. Sessão focada em práticas de design sustentável, discutindo inovações tecnológicas e desafios na implementação de projetos ambientalmente responsáveis nas cidades.
- Educação e Desenvolvimento Profissional – “Architectural Education: Preparing for the Future”. Painel que explora as mudanças na educação de arquitetura, incluindo novas abordagens pedagógicas e a importância da formação contínua para os arquitetos.
- Ética e Impacto Social – “Ethics in Architecture: Social Responsibility and Community Impact”. Discussão sobre a ética na arquitetura e o papel dos arquitetos na promoção de justiça social e impacto positivo nas comunidades.
Agência CAU/BR: Quais os principais aprendizados ou insights da CRI no evento AIA24 e como a comissão planeja aplicar esses feedbacks em suas futuras atividades?
Kleyton Marinho: Esses eventos nos forneceram insights valiosos sobre como fortalecer as relações institucionais do CAU/BR com outras organizações internacionais, além de inspirar políticas e práticas que podem ser adotadas ou adaptadas para o contexto brasileiro. É de suma importância que os representantes da Comissão de Relações Institucionais do CAU/BR participem dessas discussões para trocar conhecimentos e estabelecer redes de colaboração internacional.
Agência CAU/BR: Como a participação no AIA24 está influenciando as estratégias futuras da CRI em relação às relações institucionais e quais os próximos passos planejados após o evento?
Kleyton Marinho: A participação da presidente do CAU/BR, Patrícia Sarquis Herden, e da Comissão de Relações Institucionais do CAU-BR, representada por mim enquanto coordenador, no AIA-24 foi extremamente influente na definição de nossas estratégias futuras. Em primeiro lugar, a exposição a práticas inovadoras e a interação com arquitetos e organizações de todo o mundo nos proporcionou uma nova perspectiva sobre como podemos fortalecer nossas relações institucionais.
São exemplos específicos de como isso poderá ser feito: uma das principais estratégias que estamos adotando é a ampliação de nossas parcerias internacionais. Inspirados pela sessão “Building Bridges: International Collaborations in Architecture”, estamos planejando realizar ações de cooperação com conselhos de arquitetura de outros países, como Inglaterra, Estados Unidos da América, México, Malásia e Alemanha, por exemplo, visando a troca de conhecimentos e boas práticas. Isso inclui não apenas parcerias bilaterais, mas também a participação em redes globais de arquitetura e urbanismo.
Em relação às políticas públicas e planejamento urbano, estamos desenvolvendo uma agenda de trabalho que inclui a participação ativa em fóruns de políticas públicas e a proposição de novas diretrizes que promovam um planejamento urbano mais sustentável e inclusivo no Brasil.
No que tange à sustentabilidade e às mudanças climáticas, após assistirmos à sessão “Sustainable Design: Innovations and Challenges”, estamos empenhados em incentivar aqui no Brasil práticas de design sustentável em nossas cidades. É de se pensar em planejar o lançamento de um programa de incentivo a projetos que utilizem tecnologias inovadoras e métodos construtivos que reduzam o impacto ambiental. Além disso, tivemos a ideia de criação de um prêmio anual para reconhecer os melhores projetos sustentáveis realizados por arquitetos brasileiros.
Assim, os próximos passos incluem a implementação das estratégias discutidas pela nossa delegação durante o AIA-24. Iremos iniciar um ciclo de reuniões com parceiros internacionais para formalizar acordos de cooperação para ações que promovam a Arquitetura e o Urbanismo. Além disso, estamos organizando um fórum internacional para debater as novas diretrizes de sustentabilidade e novas tecnologias aplicadas à Arquitetura. O Fórum Mundial de Arquitetura e Urbanismo, com a participação de ordens e conselhos de vários países, que durante as reuniões se entusiasmaram com a ideia. Este evento acontecerá em agosto deste ano, na cidade do Rio de Janeiro, e provavelmente será um evento do nosso calendário anual, que sem dúvida, contribuirá muito para a nossa sociedade planejar as próximas ações de engajamento profissional e social.