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Adara Nataly: De Manguinhos a Paris, a trajetória da vencedora do I Prêmio Montigny

A arquiteta e urbanista Adara Nataly (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Paris tem um significado especial para a arquiteta e urbanista recém-formada Adara Nataly Loureiro Duarte, de 24 anos. Ela ganhou uma viagem para a capital francesa ao vencer o I Prêmio Grandjean de Montigny, realizado pelo CAU/RJ em 2016. O concurso, que leva o nome do fundador da primeira escola de Arquitetura brasileira, foi criado para estimular a produção de projetos de conclusão de curso de Arquitetura e Urbanismo. Formada pela PUC-Rio, Adara Nataly foi premiada pelo trabalho “Manguinhos submerso – Operação Urbana”, que propõe a reintegração dos terrenos da refinaria de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com o tecido urbano, dando novos usos às antigas instalações industriais. Atualmente, enquanto se prepara para conhecer a Cidade Luz, ela enfrenta os desafios do começo da carreira.

 

Seu projeto “Manguinhos submerso – Operação Urbana” prevê a recuperação das áreas de mangue, tratamento e reaproveitamento de água e implantação de moradias. Como desenvolveu o trabalho?

A ideia do projeto veio da minha vontade de trabalhar com áreas alagadas e carentes, próximas à Baía de Guanabara. Meu projeto visa reverter o impacto negativo da refinaria naquela área para proporcionar mais qualidade de vida às pessoas que moram na região.

 

O que significou, para você, ter sido a primeira premiada com o prêmio Grandjean de Montigny?

Foi uma grande surpresa. Me inscrevi para o concurso do IAB (Arquiteto do Amanhã), que era a primeira etapa do Prêmio Grandjean de Montigny, mas estava na hora da premiação. Não queria criar expectativas. Quando soube do resultado, fui correndo para lá.

 

O prêmio Grandjean de Montigny é uma conquista para mim, foi um trabalho que fiz com muita dedicação ao longo de um ano. Nunca pensei que fosse conhecer Paris desta forma. Também acho incrível uma mulher ganhar. No meu curso havia muitas mulheres, mas quando você olha para o mercado de trabalho, os arquitetos são mais conhecidos, e as mulheres ainda perdem muito espaço.

Que arquitetas e urbanistas te inspiram?

Lina Bo Bardi e Zara Hadid, pelo nível de reconhecimento que elas conquistaram. Conseguiram se destacar e se equiparar a grandes nomes da arquitetura, predominantemente, masculinos. Tornaram-se referências.

 

Em que está trabalhando agora? Quais são seus planos para o futuro?

Pretendo fazer a viagem para Paris no meio do ano. No momento, estou fazendo trabalhos de cenografia para grandes eventos como freelancer, com uma amiga. Tenho paixão pelo urbanismo. Fiz estágio por dois anos na Def Projetos, o que me ajudou bastante no desenvolvimento do meu trabalho sobre Manguinhos, mas não consegui continuar nessa área.

 

Arquiteta foi a primeira vencedora do I Prêmio Grandjean de Montigny, em 2016 (Foto: CAU/RJ)

 

 

Por Marta Valim, Especialista de Comunicação do CAU/RJ

 

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