Tagore Pereira, arquiteto e urbanista:
“Miguel Pereira faz falta. Muita falta.
Mas essas são palavras vazias, na medida em que ele cumpriu plenamente seu papel nessa terra. Não há lugar para lamentações ou como ele diria: “Não tem curé-curé”.
Cheio de garra, suas últimas análises estavam na direção do vento, no som dos pássaros e no seu olhar para a imensidão do mar. Nesse âmbito maior, onde as reuniões e construções passaram a ter seu peso específico reavaliado, sua reflexão voltou-se para o seu 1 m³ de chance, para a sua pesquisa interior e para o sentido da vida.
Sem se apegar aos deuses criados pelo homem, esse comunista de carteirinha estava consciente de seu lugar como arcanjo maior de toda uma tribo. Mais importante que isso, ele teve tempo de questionar-se e resolver-se como ser humano.
Ficam aqui meus agradecimentos, como filho, ao reconhecimento de seus pares e amigos a este homem, meu pai.”