
durante a 10ª Reunião Plenária Ampliada do CAU/BR, em Brasília (2014)
Tagore Pereira, arquiteto e urbanista:
“Miguel Pereira faz falta. Muita falta.
Mas essas são palavras vazias, na medida em que ele cumpriu plenamente seu papel nessa terra. Não há lugar para lamentações ou como ele diria: “Não tem curé-curé”.
Cheio de garra, suas últimas análises estavam na direção do vento, no som dos pássaros e no seu olhar para a imensidão do mar. Nesse âmbito maior, onde as reuniões e construções passaram a ter seu peso específico reavaliado, sua reflexão voltou-se para o seu 1 m³ de chance, para a sua pesquisa interior e para o sentido da vida.
Sem se apegar aos deuses criados pelo homem, esse comunista de carteirinha estava consciente de seu lugar como arcanjo maior de toda uma tribo. Mais importante que isso, ele teve tempo de questionar-se e resolver-se como ser humano.
Ficam aqui meus agradecimentos, como filho, ao reconhecimento de seus pares e amigos a este homem, meu pai.”
2 respostas
Caro Tagore
Você conseguiu captar fielmente, os últimos meses de seu pai. Ele passou a viver um momento único, de redescobrir-se. Buscava uma dimensão plena.
Uma imensa saudade nos deixou. Exemplo do que é ser Arquite-
to, Professor incansável, levando sempre algo de novos aos alunos e colegas, foi um amigo fiel, um homem de caráter e dignidade. Aparentemente nos meses de enfermo estava parado, mas a cabeça refletindo, ia a mil .Percebi isto quando ele me respondia com uma imensa profundidade, em poucas palavras. Ao Miguel querido, minha eterna gratidão e a você pela amizade sincera, um exemplo de dedicação ao seu pai.
Meu caro Tagore.
Não conheci o seu pai, em face das dificuldades da vida. Passei a admirá-lo. Vi nele um exemplo de arquitetura atual.
Lamento a sua morte, acredito, tão prematura.
Ainda a ciência não nos mostrou como alongar os nossos anos de vida. Talvez estejamos próximos. É como orgulho que os arquitetos e nossos dirigentes falam dele como muito satisfação. Que Deus todo poderoso tenha-o em seus braços.
Renato da Gama Lacerda