Vencedor do prêmio Pritzker de 1983, o arquiteto Ieoh Ming Pei morreu aos 102 anos no dia 16 de maio em sua casa em Nova York.
Seu projeto mais conhecido, e inicialmente objeto de muita controvérsia, é o pavilhão de entrada da pirâmide de vidro no Louvre em Paris (1989). O motivo principal da polêmica era o fato de não se tratar de um profissional francês e da edificação (na verdade composta de duas pirâmides, pois há uma menor que serve para o acesso propriamente dito) ser demasiadamente egípcia. Argumentando que ali perto havia obeliscos egípcios, ele convenceu os críticos e, com o tempo, tornou-se cada vez mais admirado na França.
Sua obra se espalha por todo mundo. Entre outros trabalhos, destacam-se o Rock and Roll Hall of Fame e Museum, em Cheveland, o Museu da Arte Islâmica no Qatar, a Biblioteca John F. Kennedy, em Boston, o prédio leste da Galeria Nacional de Artes de Washington e a torre do Bank of China em Hong Kong.
Nascido em Guangzhou, China, em 1917, e naturalizado norte-americano, ele recebeu o maior reconhecimento da arquitetura em 1983. Pei usou os US $ 100 mil que ganhou com o Prêmio Pritzker para constituir uma bolsa de estudo para jovens chineses estudarem arquitetura nos Estados Unidos.
A inspiração veio de sua própria jornada. Em 1935, ele se mudou para os EUA para estudar, primeiro na Universidade da Pensilvânia, depois no Massachusetts Institute of Technology e mais tarde na Harvard Graduate School of Design.
Em 1948, tornou-se diretor de arquitetura do desenvolvedor Webb & Knapp, trabalhando em projetos em Chicago, Filadélfia, Washington, Pittsburgh e outras cidades.
Sete anos depois, ele formou a IM Pei & Associates, que se tornou IM Pei & Partners em 1966 e venceu o Architectural Firm Award de 1968 do American Institute of Architects. Em 1989, a empresa foi renomeada como Pei Cobb Freed and Partners.
Pei ganhou a prestigiosa Medalha de Ouro do Instituto Americano de Arquitetos em 1979 e a Medalha de Ouro do RIBA em 2009. Em 2014, a União Internacional dos Arquitetos atribuiu a ele seu mais alto título, uma medalha de ouro. O prêmio foi um reconhecimento pelo conjunto de sua obra, presente nos cinco continentes do mundo e que, segundo o júri, é marcada por “um estilo único, rigor intemporal e conexão espiritual com história, tempo e espaço”.
Veja também:
= Discurso de I. M. Pei na cerimônia de entrega do Pritzker 1983
= Discurso de Jay Prizker na cerimônia de entrega do Pritzker de 1983 a I. M. Pei