A arquiteta Filomena Mata Vianna Longo é mestre em arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e graduada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal do Pará. A sua história de vida e contribuição para a arquitetura paraense é marcada por uma trajetória intima com o centro histórico da cidade de Belém, em especial com o restauro de obras arquitetônicas. Confira a entrevista que fizemos com ela para homenageá-la no Dia das Mulheres.
O que levou você a escolher a Arquitetura?
Minha mãe pintava e quando pequena esse dom artístico dela me chamou muito a atenção; a seguir, os espaços que eu brincava em minha casa e nas áreas do entorno, praças e igrejas da Cidade Velha, o bairro onde nasci, em Belém, contribuíram sem dúvida para minha escolha.
Qual momento da sua carreira você considera o mais relevante?
É difícil identificar um momento importante de minha carreira, mas lembro de alguns que até hoje fazem parte de minha formação de arquiteta. O primeiro deles foi quando depois de minha especialização em preservação do patrimônio histórico, fui chamada a compor a equipe que projetou, executou e fiscalizou as obras de restauro do Museu de Arte Sacra do Pará e Catedral Metropolitana de Belém, assim como, o Museu do Estado do Pará – MEP, São José Liberto e Feliz Lusitânia. E o outro foi há 22 anos, quando iniciei a minha carreira de docente, na Universidade da Amazônia, o que faço até hoje com conhecimento, amor e prazer.
Quais os desafios encontrados em sua trajetória? Algum encontrado por ser mulher?
Conciliar a tarefa de mãe com as atividades profissionais de arquiteta. Esse realmente foi o um dos maiores desafios. Hoje, plenamente realizada com minha filha, médica, e meu filho, administrador. Outro desafio foi aprender a lidar com a figura do masculino nas obras de restauração, ambiente predominantemente masculino, e ao mesmo tempo ser reconhecida através de meus conhecimentos técnicos profissionais.
Qual a contribuição da arquitetura para o dia-a-dia?
A arquitetura não pode ser desenvolvida sem sentimento, como meramente uma obrigação, uma intrusa no ambiente, mas como uma atividade que se integra as necessidades especificas, atendendo a todas as classes sociais que habitam o espaço urbano, contribuindo dessa forma para melhorar a vida das pessoas, acrescentando soluções compartilhadas que contemplam a estética, a criatividade, o bom gosto, a praticidade, a sustentabilidade e a mobilidade entre outros fatores.
Qual mensagem você gostaria de deixar para as arquitetas?
Que elas mostrem, na sua produção arquitetônica, sem medo de ser mulher, a sensibilidade, emoção, a criatividade, o cuidado com a sustentabilidade que nós mulheres temos com os seres humanos e com o planeta terra.
Por Ana Lidia Marreiros Tavares Vieira, Assessora de Comunicação do CAU/PA