Ainda jovem, a arquiteta e urbanista Giovana Sbaraini recebeu o convite para integrar a chapa que a levaria a ser a primeira vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul, em 2011. “Quando fui convidada a entrar para o CAU, minhas filhas já estavam mais crescidas, e este foi um dos motivos de ter aceitado o desafio, pois previa o trabalho intenso que seria implantar um conselho novo”, afirma.
Tendo como base a lei que criou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo no Brasil (12.378/2010), passou a compreender o que é fazer parte de uma autarquia pública que regula os serviços de arquitetura e urbanismo. “É um grande aprendizado olhar a profissão com a importância e relevância que ela tem na sociedade, se eu já valorizava o que eu fazia, o conselho me deu a consciência de que o que eu faço tem muito mais seriedade e responsabilidade do que eu já via antes”.
Formada em 2002 pela Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), a profissional é especialista em Edifícios Empresariais pela mesma instituição, e em Iluminação e Design de Interiores pela Universidade Castelo Branco (UCB). Mãe de duas filhas, iniciou a faculdade aos 26 anos e já começou a se dedicar a projetos arquitetônicos, Arquitetura de interiores e execução de obras. “Já trabalhei com parcerias com outros arquitetos e acho que existe mercado para todo tipo de trabalho, depende muito da postura do profissional”. Com a prática, enfrentou os desafios do mercado e percebeu as diferenças de valoração do trabalho. “Muitas vezes, precisamos ter postura firme e enfática, principalmente em execução de obras”.
Com a demanda da primeira gestão do CAU/MS, a profissional decidiu dar um tempo na carreira para se dedicar exclusivamente à atividade voluntária, em um esforço conjunto com todos os membros da gestão fundadora do Conselho. Além da vice-presidência, atuou em todas as comissões, sendo coordenadora da Comissão de Exercício Profissional e coordenadora adjunta da Comissão de Ensino e Formação Profissional. “Eu me aproximei muito da Comissão de Exercício Profissional do CAU/BR, participei de várias reuniões junto da primeira gestão, do Fórum de Presidentes e na construção de resoluções ligadas ao exercício profissional e, sendo reeleita no CAU/MS, continuei à frente da CEP/MS”, lembra.
Giovana destaca que as ações do CAU resgatam o valor de uma profissão que não tem ainda o devido reconhecimento pela maioria da sociedade. “É preciso ser feito este trabalho para que os arquitetos e urbanistas ocupem os lugares que lhes são de direito. Não é só o trabalho remunerado que traz realização profissional, quando o objetivo é uma sociedade mais justa e melhor”. A atuação no Conselho é para Giovana uma experiência de grande aprendizado, que trouxe também grandes frutos para a classe profissional e para a sociedade.
Em 2014, depois de muito debate, os arquitetos e urbanistas foram incluídos em uma nova categoria do Simples Nacional, reduzindo o percentual de tributos federais para os profissionais. No mesmo ano, Giovana teve a oportunidade de contribuir para o Plano de Governo do atual governador do Estado, Reinaldo Azambuja, coordenando o tema “Gestão Inteligente do Território”. “Eu contribuí como cidadã, em conjunto com outros colegas, e foi muito gratificante saber que tinha essa credibilidade por fazer parte do CAU/MS”.
A conselheira participou também do processo que resultou na parceria com o Sicredi para possibilitar o financiamento de serviços de arquitetura e urbanismo – tanto para pessoa física quanto jurídica. “A arquitetura é um produto que vai se ajustando e se reinventando, de acordo com as necessidades da sociedade, e o arquiteto pode ser contratado em várias etapas do projeto, não precisa ser contratado para tudo se o cliente não dispõe do recurso”, explica.
Na próxima gestão, Giovana afirma que vai continuar participando como profissional das ações do CAU/MS. “O Conselho que nós temos é aquele do qual participamos. Então, se não temos um conselho que nos representa de fato, é porque a gente não está participando”. E considera que o Estado tem grande potencial para se tornar referência na arquitetura e urbanismo por meio de projetos que valorizem os materiais e os recursos naturais. “Mesmo não estando conselheira, vou continuar dando minha contribuição”.
Por Stephanie Ribas, Analista de Comunicação do CAU/MS
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