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Especial: Um ano sem o “timoneiro” Miguel Pereira

1ª Bienal Internacional de Arquitetura, em São Paulo (1973)

 

Esa Mohamed, presidente da UIA:

 

“Em nome da União Internacional de Arquitetos (UIA), gostaria lembrar o primeiro aniversário do falecimento do nosso colega, o arquiteto Miguel Pereira. Ele era um arquiteto profícuo, cuja paixão e compromisso para elevar a qualidade da profissão se manifestam em seus incansáveis esforços para a formação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR).

Ele foi membro ativo do Conselho da UIA, tendo sido vice-presidente para a Região III (Américas) entre 1999 e 2002 e contribuído para a importância da UIA no Brasil. Foi ainda, em 2002, membro do júri do importante concurso da UIA com o apoio da UNESCO, com o tema ‘Arquitetura e Água’.”

 

IV Reunião do Conselho Superior do IAB, em Recife (1973)

 

Gaetan Siew, presidente-executivo da Global Creative Leadership Initiative e ex-presidente da União Internacional de Arquitetos (UIA):

 

“Em 2012, tive a última imagem do flamboyant radiante Miguel, em Brasília. Essa imagem se manteve inalterada por todos esses anos que nos conhecemos. Uma imagem de paixão.

 

Paixão em suas relações interpessoais, que se alternavam entre amor e aversão. Paixão nos sentimentos sobre Arquitetura. Paixão em debater opiniões em alto astral, culminando em momentos na Tunísia com fortes divergências com o colombiano Alejandro Sokoloff. E paixão quando eles finalmente se abraçaram, porque a amizade é mais forte do que as opiniões. Um momento em que compartilhamos o verdadeiro espírito para o qual os nossos antecessores conceberam a UIA. Essa era sua visão particular da UIA: um conjunto de líderes mundiais compartilhando amizade e ideais.

 

Lembro-me da mesma paixão em seus discursos em São Paulo, no restaurante da cobertura do Hotel Unique. Uma paixão carregada pelo seu amor à vida simbolizado pelo maravilhoso malbec que compartilhamos.

 

É assim que me lembro do meu querido amigo do Brasil. Essa foi a encarnação de Miguel Pereira.”

 

Encontro de Diretores de Escolas de Arquitetura, em Brasília (1973)

 

Sara Topelson de Grinberg, ex-presidente da UIA e ex-secretária de Relações Internacionais da Federación de Colegios de Arquitectos de la República Mexicana:

 

“Lembrando Miguel Pereira

 

Nosso amigo e arquiteto Miguel Pereira era único!

Tivemos uma amizade longa e frutífera, preenchida por longas conversas e alegria!

Suas perspectivas e avaliações sobre o futuro da Arquitetura eram cheias

de sabedoria, sinceridade e entusiasmo.

Nós nos referimos a ele como o arquiteto e poeta; ele sempre nos fez lembrar

a poesia na vida e na Arquitetura!

E deixou um vazio em nosso pequeno mundo!”

 

Branca de Mello Saraiva, Miguel Pereira e Marcos Acayaba no lançamento do livro “Arquitetura Moderna Brasileira”,
de Sylvia Ficher e Marlene Milan Acayaba, em São Paulo (1982)

 

Donald Hackl, ex-presidente do American Institute of Architects (AIA) e ex-tesoureiro da União Internacional de Arquitetos (UIA):

 

“É com grande tristeza que recordamos o falecimento do arquiteto Miguel Pereira, nosso colega e amigo, ocorrido há um ano.

 

Miguel e eu trabalhamos juntos por quase 10 anos no Conselho da União Internacional de Arquitetos, com sede em Paris, França. Ele trouxe sua magnífica inquietação sobre os arquitetos e a Arquitetura nutrindo constantemente o que muitos consideram um processo único de pensamento e oratória. Sua visão estava integralmente focada no futuro da qualidade de vida humana e no papel dos arquitetos no aprimoramento dessa experiência.

 

Miguel era um notório otimista. Não considerava nenhuma situação muito problemática ou muito difícil. Muitas vezes permanecia em silêncio enquanto outros defendiam suas posição, mas quando finalmente respondia, todo mundo ouvia quando ele, energicamente, abordava o assunto com minúcia, sempre ancorado na lógica.

 

Poucos países tiveram um representante da nossa profissão com o vigor, a sinceridade, a inteligência e a simpatia de Miguel Pereira. Suas contribuições permanecem como uma homenagem duradoura à sua presença entre nós. É uma honra e um privilégio ter trabalhado com ele.”

 

Miguel Pereira com Eduardo Kneese de Mello e Lucio Costa

 

Martin Drahovský, ex-2º-vice-presidente da União Internacional de Arquitetos (UIA) e ex-diretor do Architects’ Council of Europe (ACE):

 

“Caro Miguel,

 

Amigos sempre se lembram dos amigos.

 

Na década de 90, quando era um arquiteto de meia-idade, tive a chance de conhecê-lo no Congresso da UIA em Montreal. Você já era uma figura honrosa, membro do Conselho da UIA, presidente do Instituto Brasileiro de Arquitetos. Para os profissionais das ex-repúblicas soviéticas na Europa Central, foi incrível a oportunidade de conhecer arquitetos de todo o mundo e, especialmente, de descobrir o trabalho dos colegas de países da América do Sul. Conhecer a Arquitetura e os arquitetos brasileiros foi um sonho para nós.

 

Mais tarde, depois do Congresso de Pequim, em 1999, nos encontramos no Conselho da UIA, do qual você era vice-presidente. E você me deu seu livro “Working for UIA”. Eu o li e ainda o tenho.

 

Recentemente, eu tive a grande oportunidade de estar no Brasil, em Brasília, e de te encontrar. Você me mostrou sua biblioteca na Universidade de Brasília e fiquei fascinado com o espaço entre os blocos e com o paisagismo. Lembro te ter falado contigo durante os intervalos das reuniões do Conselho da UIA e nos encontros de grupos de trabalho, lembro-me também de conversarmos durante os jantares.

 

Obrigado por me ensinar tanto sobre valores espirituais. Obrigado por me ajudar a descobrir a natureza exuberante e a excelente Arquitetura de vocês, brasileiros. Nunca vou me esquecer da minha visita ao Brasil, a Brasília, nem nossos amigos em comum.

 

Amigos sempre se lembram dos amigos.”

 

Miguel Pereira

 

Louise Cox, ex-presidente da UIA:

 

“Conheci Miguel Pereira há 25 anos no Congresso Mundial da UIA em Montreal, no Canadá. Ele era um grande arquiteto, que sempre incentivavas os colegas a pensar e olhar para novas maneiras de se fazer as coisas.

 

Adorava escrever, ensinar e pensar sobre Arquitetura – e estimulava os mais jovens a fazer a mesma coisa. As publicações dele são, de fato, muito interessantes, e lançaram um novo olhar para a Arquitetura. Ele me incentivou a pensar de forma diferente e a trabalhar mais em prol da UIA.

 

Miguel realmente desejava que os arquitetos brasileiros trabalhassem nas organizações mundiais de arquitetos e ele se assegurou que eles estivessem unidos em todo o Brasil e que trabalhassem juntos com e para a União Internacional de Arquitetos (UIA).

 

Ele mesmo foi conselheiro da UIA e vice-presidente para a Região III, as Américas, e contribuiu com nobreza para as deliberações da UIA durante a atuação dele no Conselho.

 

Miguel, nós sentimos muito sua falta. Obrigado por todas as suas palavras sábias. Seu legado vive no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil e na UIA.”

 

Daniel Amor, Marcos Martins (deputado estadual) e Miguel Pereira na gravação de programa da TV Assembleia sobre a criação do CAU e os 40 anos do Sasp (2011)

 

Tomaz Kancler, ex-conselheiro e diretor da Comissão Internacional de Concursos da União Internacional de Arquitetos (UIA):

 

“Quando me tornei membro do Conselho UIA, na Assembleia em 1996, em Barcelona, comecei a compartilhar a importância do reconhecimento do papel da Arquitetura no mundo. E isso foi possível de várias maneiras. Em simples falas, ensinando e conversando sobre, promovendo-a pessoalmente, etc.

 

Durante essas décadas de atividades, conheci Miguel Pereira. Conheci um gentleman. Conheci alguém muito consciente sobre a dimensão suplementar da Arquitetura e, especialmente, sobre o significado e a responsabilidade do trabalho do arquiteto. Ele trouxe estética e poesia em suas melhores formas para compreender a expressão arquitetônica, bem como sua percepção. Fez isso de uma forma extraordinária, especial, nem sempre compreendida por todos os colegas. Ele abstraiu isso como Rabindranath Tagore escreveu: “Mãe, vou tecer um colar de pérolas para seu pescoço com as minhas lágrimas de tristeza…”

 

Quando viajamos juntos de Chandigarh para Shimla, na Índia, percebi a relação dele com aqueles lugares, de onde veio a inspiração para dar nome ao próprio filho. Conheci o filho dele e não vejo Tagore há bastante tempo, mas simbolicamente conheci a marca do poeta indiano na inauguração de seu monumento que colocamos em nossa cidade quando fui vice-prefeito. Sim, naquele momento voei sobre o oceano mentalmente e voltei a me aproximar de uma amizade que permanece para sempre…”

 

Miguel Pereira com Jeferson Dantas Navolar, Mirna Cortopassi Lobo e Clóvis Ilgenfritz em Curitiba, durante o 1º Seminário Estadual do CAU/PR (2011)

 

Haroldo Pinheiro, presidente do CAU/BR (em 15/05/2014):

 

“Todos sabemos da importância do Miguel Pereira para o ensino e a organização da Arquitetura e Urbanismo no Brasil, de sua liderança reconhecida por todas as entidades de arquitetos no Brasil e por inúmeras outras no mundo.

 

Perdoem-me as poucas palavras, mas é imensa a tristeza pela perda do amigo por 40 anos, do nosso timoneiro em tantas pelejas. Seu discurso apurado – emoldurado por voz firme e postura ereta – , construído sobre décadas de reflexões e lutas pela democracia e pela Arquitetura, nos fará tanta falta.”

  

Haroldo Pinheiro, Miguel Pereira e Sérgio Magalhães no I Seminário Internacional de Arquitetura e Urbanismo, promovido pelo CAU/BR em Brasília (2012)

 

Roberto Simon, conselheiro da União Internacional de Arquitetos (UIA) e ex-conselheiro federal do CAU/BR:

 

“Com os artistas, aprendemos a sentir a natureza, os homens e o mundo e, com os mestres de caminho, é possível reeducar a razão fria e cruel, muitas vezes hegemônica e controladora que a globalização gerou. Há uns quinze anos atrás, na Presidência do IAB/SC, eu fui apresentado ao Miguel Pereira e posso afirmar que, daquele momento para frente, ganhei um professor, consultor e, definitivamente, um mestre.

 

Não houve assunto relevante para a organização da profissão que não tenhamos trocado ideias a respeito, por e-mail, telefone, papel (que ele entendia mais erótico pelo toque) ou pessoalmente, bebendo sempre um bom vinho. Arquiteto e político sábio, da velha guarda, estrategista como poucos, era, na imensa maioria das vezes, vitorioso.

 

Até depois de sua partida logrou êxito em seu último projeto, a luta pelo Congresso Mundial da UIA no Brasil. A vitória obtida em Durban, consagrou a cidade do Rio de Janeiro como sede do Congresso Mundial de Arquitetos “Rio 2020 – Todos os mundos um só mundo – Arquitetura 21”. Sou suspeito em avançar falando sobre ele pela grande conexão que tivemos. Na verdade o que resta é, como ele gostaria, manter as coisas nos trilhos e sentir saudades de nossas boas conversas.

 

Falta a voz, falta o texto, falta o mestre.”

 

Miguel Pereira e Haroldo Pinheiro na posse da diretoria nacional do IAB, no Rio de Janeiro (2012)

 

Sérgio Magalhães, presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e professor de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ):

 

“Miguel Pereira foi o primeiro incentivador da candidatura brasileira como sede do Congresso Mundial de Arquitetos de 2020. A vitória em Durban, que decidiu pela escolha do Rio de Janeiro – UIA 2020 Rio – o IAB dedica a ele. Ao longo de toda sua vida, Miguel Pereira nos propôs o estudo e a produção de uma arquitetura qualificada e comprometida social e politicamente.

 

Em sua homenagem, o nosso compromisso é tratar que, daqui até 2020, os arquitetos brasileiros promovam uma ampla reflexão sobre a profissão, a cultura arquitetônica e a qualificação do espaço brasileiro. Na dimensão que Miguel ensinou: todos os mundos – um só mundo.”

  

 

Germán Suárez Betancourt, Miguel Pereira e Arnaldo Mascarenhas Braga no evento de gravação do DVD “CAU Conversa com Germán Suárez Betancourt” (2012)

 

 

Jeferson Salazar, presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) e conselheiro do Conselho Nacional das Cidades:

 

“E por falar em Miguel Pereira…

 

Há um ano, com muito pesar, anunciamos na rede da FNA o falecimento do arquiteto e urbanista Miguel Pereira. Professor da FAU/USP, conselheiro federal do CAU/BR, ex-presidente do IAB, ex-vice-presidente da UIA, Miguel encarnava todas as gerações que lutaram pela autodeterminação da profissão de arquiteto e urbanista. Era um símbolo da luta pela criação de um Conselho profissional próprio, pois esteve presente nesta empreitada desde os seus primórdios tempos, no fim da década dos anos 1950.

 

Foi até seus últimos dias um entusiasta e artífice da unidade das entidades nacionais na defesa dos interesses maiores da profissão e da sociedade brasileira. Não como subservientes umas às outras, mas como complementares e protagonistas no processo multicultural que envolve a função social da Arquitetura e Urbanismo. Pregava que os laços de fraternidade construídos nas ações e lutas conjuntas nos fortalecem a todos, contribuindo para dar coesão ao espírito colaborativo existente entre nossas entidades e entre estas e o nosso Conselho.

 

Seu espírito democrático sabia reconhecer na diversidade a força motriz das nossas entidades, do nosso Conselho e da nossa profissão. Era um orador admirável! Ainda que em raros momentos se pudesse discordar das suas argumentações, não havia como não se encantar com a sua forma elegante e eloquente de falar.

 

Miguel Pereira, em sua trajetória de vida como profissional, dignificou o exercício da Arquitetura e Urbanismo; como professor, destacou o compromisso histórico da profissão com a sociedade brasileira; e como agente político em defesa da profissão, foi o “Cavaleiro da Esperança” que sobreviveu a todas as adversidades até a alforria derradeira, representada pela criação do CAU. Além de sonhador, Miguel foi um exímio construtor, na medida em que soube transformar sonhos em realidade. E é isso que o torna tão presente entre nós.”

 

Napoleão Ferreira, Miguel Pereira e Fernando Diniz em jantar promovido pelo IAB para recepcionar o presidente da Ordem dos Arquitetos de Portugal, João Belo Rodeia, em Brasília (2013)

 

Gilberto Belleza, presidente do CAU/SP e ex-presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB):

 

“Há um ano, nosso colega Miguel Pereira nos abandou. Muitas homenagens foram prestadas ao nosso ilustre arquiteto. No decorrer desse ano, a participação dele foi sentida em seus diversos campos de atuação, quer seja na Universidade, no IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil, no CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo, ou mesmo na vida profissional.


O que não deixaremos de sentir é a falta do seu importante legado e sua contribuição à nossa profissão e à Arquitetura brasileira, que valorizou em muito nossa atual situação, com a existência de nosso Conselho profissional próprio e a vinda do próximo Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos (UIA) – batalha que também sempre foi defendida pelo Miguel e que agora culmina com a sua realização no Rio de Janeiro, em 2020.


Com certeza, ele teria consciência de que estamos nos empenhando ao máximo para dar continuidade a esse seu legado, dentro de nosso CAU e de nossas entidades, resgatando e valorizando o importante papel dos arquitetos brasileiros na construção de nossa identidade, dentro de nossas instituições, nacionais ou internacionais, nas universidades e na prática profissional.”

 

Miguel Pereira com José Manoel Sánchez, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), e Ivan Camargo, reitor da
Universidade de Brasília (UnB), durante cerimônia em comemoração aos 50 da FAU-UnB (2013)

 

João Honório de Mello Filho, ex-secretário-geral do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e ex-presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa (Cialp):

 

“A lembrança da pessoa, do colega, do professor, do conselheiro e do presidente Miguel Pereira está na memória daqueles que, como eu, tiveram a oportunidade de colaborar com ele no IAB.

 

Assim foi desde 1969. Sabedor de minhas atividades no setor da racionalização e da pré-fabricação, logo me solicitou um estudo das questões levantadas pela necessidade das normas técnicas. Desse modo, começou uma excelente cooperação em inúmeros outros temas e debates.

 

Destaco os três anos de convívio intenso e produtivo no Diretório Nacional do IAB ― como seu secretário-geral ― gestão de 1989 a 1991.

 

Daquela ocasião, recordo os seus árduos esforços e firme empenho para a tão almejada criação do CAU, hoje operante e exitoso. E também para a fundação do CIALP, que aconteceu em Lisboa, em 1990.

 

Recentemente ― mais uma vez ― entre 2012 e 2013, encontrei-o nas reuniões da Comissão de Ética e Disciplina do CAU, quando trabalhei como consultor para a sistematização e a redação do anteprojeto do nosso Código, ora já aprovado e em vigência.

 

A sua ausência é sentida nos meios acadêmicos e profissionais. Mas a sua obra continuará presente.”

 

Miguel Pereira e Paulo Ormindo durante a 19ª Reunião Plenária Ordinária do CAU/BR, em Brasília (2013)

 

Ubyrajara Gilioli, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) e diretor do Escritorio Ubyrajara Gilioli Arquitetos:

 

“Miguel tinha o passado como amigo, mas tinha também a ideologia, que o guiava em direção ao futuro. Era como nos versos de seu conterrâneo, o poeta Mário Quintana: “Venho da era dos tempos,/ quando o mundo mal nascia,/ sou tão antigo e tão novo/ como a luz de cada dia”.

 

Foi assim que, trazendo sempre consigo sua Alegrete natal, fez-se arquiteto, tornou-se tribuno eloquente e iluminou os caminhos do nosso IAB. Nos últimos anos fomos colegas de magistério na Pós-Graduação da FAU/USP.  Miguel priorizava o texto, citava sempre os textos do Oscar, a “explicação necessária”. Mas a lembrança maior que dele guardo é a o Miguel amigo, o amigo leal, íntegro, generoso.

 

Revejo mais uma vez seu livro, “Arquitetando a Esperança”, e me detenho em suas recordações dos tempos da infância. Era então o menino Miguel que nas noites quentes de verão, envoltas na solidão dos pampas, olhava o céu, encantado com a ciranda das estrelas. Hoje, com certeza, é por lá entre aquelas estrelas de sua infância que ele deve andar, intrigado ainda com os mistérios do universo, mas, claro, sem esquecer de nos lembrar sempre das lutas e realizações passadas em defesa do IAB e da criação de um CAU, um forte CAU, capaz  de contribuir na construção de um Brasil mais justo e solidário.”

 

0 resposta

  1. Olá! O concurso é apenas para profissionais ou estudantes também podem participar?

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