Oito instituições brasileiras da área de arquitetura assinam documento pela preservação da obra de João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé, um dos mais importantes arquitetos do século XX, que encontra-se em risco de descaracterização e desaparecimento. IAB, FNA, FAUFBA, Escola da Cidade/SP, ICOMOS Brasil, DOCOMOMO Brasil, ANPARQ irão, entre outras medidas, solicitar ao IPHAN que intensifique a guarda dos elementos mais representativos da obra de Lelé, que participou de momentos históricos da arquitetura brasileira, como a criação e construção de Brasília. O documento foi assinado durante o V ENANPARQ, realizado em Salvador em outubro.
Seu trabalho, de forte identidade, teve grande impacto social graças a sua inovadora pesquisa e atuação com pré-fabricados, que ajudou a consolidar políticas de urbanização de favela e bairros populares no Brasil e a criar o conceito de cidade inclusiva. Lelé morreu em 2014, em Salvador, onde estão parte de seus projetos, como a Prefeitura Municipal, no Centro Histórico.
3 respostas
O Brasil é um país sem memória.Impossível citar os exemplos do descaso e ignorância repetidos “ad naseaun”. Falaríamos de incompetência (mas seria chover no molhado). Raros são os exemplos de boa administração como a de Jaime Lerner. A Prefeitura de Salvador foi feita como obra provisória pela urgência em abrigar os serviços administrativos da cidade. Os críticos desinformados repudiaram-na por estar em um sítio histórico. O aproveitamento da infra estrutura existente foi uma decisão racional. As administrações posteriores não tomaram providências para localizar a Prefeitura em outro local, como foi feito com o Centro Administrativo Estadual. Ninguém pergunta quantas vidas foram poupadas pela existência das passarelas.
No início de Brasília o pessoal do “Sarinha” fazia um esforço enorme para atender pacientes de todo o país, mormento do Nordeste. Com a construção do novo Sarah houve una melhora substancial e, posteriormente, com a ampliação da Rede por várias capitais o fluxo para Brasília foi aliviado mas não diminuído. Sem a criatividade, pesquisas e ousadia de Lelé, muita gente teria continuado a enfrentar filas e mau atendimento talvez sem solução para seus problemas.
Voltando ao início, quando Lelé ajudou na criação da UnB, suas obras em pré-moldado (ainda não tão refinadas) foram definitivas pa atender à urgência das instalações necessárias. O ICC, carinhosamente apelidado de “minhocão”, projeto de Niemeyer foi desenvolvido por Lelé, obra que durou até o fim dos anos 60, quando eles já não estavam lá.
Desnecessário falar das obras de propriedade privada, que embora não numerosas têm a marca de sua criatividade e detalhamento impecável. Nem sempre os usuários têm tido o devido respeito por sua conservação. Fazer o que? O que eu disse no início? Acreditemos no esforço dos Organismos que estão tentando proteger esse acervo. É uma batalha renhida.
Se não preservamos a nossa história,o que sobrará para as futuras gerações?
Atenção entidades de Arquitetura e Urbanismo e também IPHAM comuniquem-se com Lucia Braga no Sarah Lago Norte em Brasilia, ela trabalhou com o Lelé durante 35 anos. Eu faço parte do grupo de saude da UIA representando o IAB e confirmo que Lelé é conhecido e admirado internacionalmente. Mas não é só por isso que temos que preservar as obras dele, é porque elas são geniais! Ele não só projetou os hospitais da Rede Sarah como projetou e construiu o CTRS – centro de tecnologia que produziu as peças e construiu os hospitais por preços justos. Mais noticias? 11-999104242 arq. Walkiria