Começou a II Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo, no Rio de Janeiro. Mais de 300 arquitetos e urbanistas e estudantes estiveram presentes na abertura do evento, que contou com uma palestra magna do arquiteto e urbanista Jaime Lerner. “Vamos debater tecnologia, conhecimento, cultura. E como utilizar o CAU como uma alavanca pro melhor exercício da profissão. Não estamos aqui para discutir entre nós mesmos, discutimos com a sociedade para resolver os problemas reais da sociedade”, afirmou o presidente do CAU/BR. Haroldo Pinheiro. “Ainda não conseguimos chegar a 85% da população, mas estamos reduzindo essa distância. Vamos discutir aqui como levar Arquitetura e Urbanismo para todos. Estamos aqui para discutir arquitetura para a pobreza, para quem precisa, quanto mais grave o problema, mais conhecimento e talento são necessários para resolvê-lo”.
A Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo é um evento que acontece a cada três anos, com o objetivo de colher contribuições e recomendações sobre a atuação do CAU/BR e dos CAU/UF para os próximos três anos. Esta segunda Conferência carrega ainda um significado especial: acontece no Rio de Janeiro, cidade que vai sediar o 27º Congresso Mundial de Arquitetos, organizado pela União Internacional de Arquitetos (UIA), entidade internacional que representa mais de 3 milhões de profissionais de todo o mundo. O tema da Conferência do CAU/BR, “Todos os Mundos – Rumo a UIA.2020.RIO”, em referência ao tema ao evento internacional, que terá como tema “Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura 21”. O presidente da comissão organizadora do UIA.2020.RIO, Sérgio Magalhães, foi um dos participantes da cerimônia de abertura. “É o evento que reúne mais arquitetos no mundo. As nossas entidades nacionais compartilham a ideia de que precisamos construir o caminho até 2020. Estamos dando um passo importante para o desenvolvimento das atividades desse Congresso Mundial”, afirmou.
O vice-presidente da UIA para as Américas e ouvidor-geral do CAU/BR, Roberto Simon, destacou a importância do Congresso Mundial para os arquitetos brasileiros. “Estamos diante da Quarta Revolução Industrial. É importante que nossas organizações entrem em campos novos, sabendo usar as novas tecnologias para resolver os problemas de habitação e reduzir as desigualdade. O Rio de Janeiro é um laboratório vivo dessas questões”, disse. O presidente da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (FNA), Cicero Alvarez, afirmou que é o momento de discutir novos rumos para a profissão. “O Congresso de 2020 é um oportunidade de inserção dos assuntos da nossa profissão junto à sociedade. Nossas ações devem ter compromisso público para termos um Congresso de Arquitetos melhor e, acima de tudo, um país melhor para todos”.
“É uma honra muito grande para nós estarmos sediando essa conferência no Rio, afirmou o vice-presidente do CAU/RJ Augusto César. “Nós arquitetos e urbanistas temos o papel de indicar caminhos para a construção de cidades mais democráticas e sustentáveis. Vamos poder avaliar o percurso do CAU e propor novas ações para o futuro”. Ao final da cerimônia, o presidente do CAU/BR lembrou que a Conferência marca e o Congresso Mundial são marcos na luta dos arquitetos pela melhoria da profissão, que começou com o movimento pela criação de um conselho próprio. “Foi a luta de todos os arquitetos, tendo a frente pessoas ilustres como Jaime Lerner, Oscar Niemeyer, Lelé, Paulo Mendes da Rocha, Ruy Ohtake. Colegas ilustres que se colocaram à frente dos arquitetos e estudantes, demonstrando que já era hora e termos nosso caminho próprio”.
A Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo segue até o dia 10 de outubro, com palestras, mesas-redondas, seminários paineis. Além dos arquitetos e estudantes, o evento traz ativistas sociais, pesquisadores, artistas e jornalistas para debater os diversos modos de produção das cidades, com transmissão ao vivo pelo site do CAU/BR. Confira aqui a programação completa e a lista de debatedores convidados.