Arquitetos e urbanistas brasileiros poderão ampliar suas fronteiras com a assinatura de novos memorandos de entendimento e manifestações de intenção entre o CAU Brasil e organizações de arquitetos de países da América, África e Europa. Os acordos foram estabelecidos durante o O II Fórum Internacional de Conselhos, Ordens e Entidades de Arquitetura e Urbanismo do CAU Brasil. Com o tema: “Mobilidade Profissional Internacional, da formação ao exercício profissional”, o evento reuniu representantes de organizações de arquitetos de países das Américas, da Europa, África e Ásia. Como resultado do encontro, será divulgada em breve a “Carta de Brasília”, documento que convoca uma ação conjunta global em prol do desenvolvimento sustentável e o comprometimento com uma agenda positiva na formação e na prática profissional internacional.
No final de diversas mesas de negociações, palestras, trocas de experiências e atividades conjuntas, o CAU Brasil conseguiu avançar na construção de futuros acordos de mobilidade profissional de arquitetos. De acordo com o coordenador da Comissão de Relações Institucionais do CAU Brasil, Jeferson Navolar, esses avanços foram possibilitados por dois acordos feitos entre os governos dos países do MERCOSUL e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Demos início a reuniões preparatórias para que pudéssemos saber o quanto essas entidades de arquitetos estavam dispostos a começar esse debate da efetivação dos registros. Fizemos essa consulta prévia à maioria dos países que compõem os blocos, daí a convocatória para este II Fórum Internacional”, afirmou Jeferson. “Estendemos esse convite a muitos outros países, com essa possibilidade de abrir mercados para além do Mercosul e dos países lusófonos.”

Neste II Fórum Internacional de Conselhos, Ordens e Entidades de Arquitetura e Urbanismo, o CAU Brasil assinou memorandos de entendimento e manifestações de intenção com as seguintes entidades internacionais:
Memorandos de entendimento:
- Ordem dos Arquitectos de Portugal (OA-PT)
- Ordem Nacional dos Arquitectos de Guiné-Bissau
Cartas de intenção:
- Conferência das Ordens de Arquitetos dos Estados-Membros da União Econômica e Monetária do Oeste Africano (COA-UEMOA)
- Federación De Colegios De Arquitectos De La República Mexicana (FCARM)
- Regional de Arquitectos del Grupo Andino (RAGA)
- Conselho Profissional Nacional De Arquitetura E Suas Profissões Auxiliares Da Colômbia (CNPAA)
MOBILIDADE PROFISSIONAL
Esses acordos estabelecem bases e regras para o estabelecimento de acordos efetivos de reciprocidade e mobilidade de arquitetos entre os países. Segundo o conselheiro do CAU Brasil Jeferson Navolar, são esses acordos bilateriais entre as instituições que garantem que arquitetos de um país possam oferecer seus servilos em outro. “Queria agradecer a todos os colegas estrangeiros pelo prazer de tê-los conosco. Profundidade dos trabalhos de conexão me surpreendeu”, afirmou a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh.

Presente ao evento, o presidente da União Internacional de Arquitetos, José Luis Cortés, ressaltou a importância da cooperação internacional entre os arquitetos. “Servimos para criar unidade e construir um mundo melhor. Temos demonstrando, desde a criação da UIA, que estando unidos e lutando junto, estamos devolvendo à sociedade tudo o que recebemos. Temos que apoiar nossas organizações nacionais, e a UIA agradece todo o apoio que recebe do CAU e do IAB”, afirmou.
O presidente da Federação Pan-Americana de Arquitetos (FPAA), Gerardo Montaruli, reafirmou a importância das organizações profissionais. “Essas discussões conjuntas se transformam em politicas plurais. A maneira de nós arquitetos nos mobilizarmos são as instituições profissionais, por meio da ação coletiva”, disse. Diretor da Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo, Lucas Brito defendeu a inclusão dos futuros profissionais nos debates. “Queria expressar a necessidade da presença dos estudantes nesses espaços, para falar sobre o futuro da nossa profissão”.

CARTA DE BRASÍLIA
Ao final do evento, foi apresentada a minuta da “Carta de Brasília”, cuja redação final será divulgada em breve, após revisão e referendo das plenárias das instituições participantes. A minuta ressalta a importância de uma ação conjunta global em prol do desenvolvimento sustentável e o comprometimento dos participantes com uma agenda positiva na formação e na prática profissional internacional. Essa agenda, se aprovada a minuta, terá três eixos:
1.A incorporação nas políticas públicas de nossos países, em todas as suas esferas, de mecanismos para a promoção da excelência arquitetônica e urbanística como um bem de interesse geral da sociedade;
2. O reconhecimento das (os) profissionais de arquitetura e urbanismo como atores (as) fundamentais na gestão do território – espaços naturais e construídos – para o desenvolvimento das comunidades; e
3. A busca de consenso sobre o impacto das mudanças climáticas e a compreensão de que estamos defasados na proteção de nossos ecossistemas e paisagens culturais.

Para que esses objetivos sejam alcançados, a minuta propõe uma maior aproximação entre os reguladores da profissão em todo mundo, em especial na América Latina e países de língua portuguesa; adotar como vetor de aprimoramento da profissão as transformações digitais e promover a diversidade e equidade em todas as instãncias da profissão.

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