Com o tema: “Mobilidade Profissional Internacional, da formação ao exercício profissional”, o II Fórum Internacional de Conselhos, Ordens e Entidades de Arquitetura e Urbanismo do CAU Brasil traz debates, informações e negociações visando abrir novos mercados e fronteiras de arquitetos e arquitetas de todo o mundo. No primeiro dia do evento, realizado na Embaixada de Portugal em Brasília, foram apresentados os principais desafios para a internacionalização dos serviços de Arquitetura e Urbanismo.
Pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Negócios Internacionais da PUC-Rio, o administrador de empresas Henrique Pacheco apresentou os resultados de um levantamento feito a pedido da Comissão de Relações Institucionais (CRI) do CAU Brasil. “Tratou-se de uma oportunidade única que o CAU me deu de aprofundar o tema da mobilidade profissional”, disse.
Primeira etapa foi identificar qual a vantagem competitiva que os arquitetos brasileiros têm no mercado internacional. Para isso, foram reunidos 28 estudos setoriais e 10 cartilhas de organismos internacionais, além de 388 questionários respondidos por arquitetos e urbanistas com experiência em exportação de serviços. Produto final desse trabalho será uma Portal da Internacionalização da Arquitetura e Urbanismo, com informações sobre vender projetos e obras em outros países.
VANTAGENS COMPETITIVAS
Sobre a pesquisa, Henrique apresentou alguns diferenciais característicos dos serviços de Arquitetura e Urbanismo: exigem conhecimento intensivo, capital humano, regulamentação legal, alto nível de interação com o cliente, e vendem serviços altamente personzalizados.
Para as arquitetas e os arquitetos brasileiros, uma grande vantagem competitiva é que a nossa mão de obra é mais barata. Segundo Henrique, a renda média de escritórios de Arquitetura e Urbanismo no Brasil é de 30.000 dólares por ano. No Reino Unido, por exemplo, a média é o dobro desse valor.
Vivência internacional também é importante. Cerca de 90% dos escritórios que já exportaram serviços de Arquitetura e Urbanismo possuem profissionais que já moraram no exterior. Em geral, é mais fácil para escritórios menores consebguirem exportar serviços. E uma dica importante: países culturalmente mais próximos, como os que falam português, trazem melhores oportunidades.
Um grande desafio para os profissionais brasileiros é o conhecimento de softwares. “A falta de conhecimento de BIM avançado, por exemplo, é uma barreira. Muitos arquitetos conhecem o BIM básico, mas isso não é suficiente”, diz Henrique. Outro problema é que o Brasil tem pouca exposição na mídia internacional especializada. “Concursos de Arquitetuta tem o poder de trazer essa exposição”, diz Henrique.