No último dia do III Fórum Internacional de Conselhos, Ordens e Entidades de Arquitetura e Urbanismo do CAU Brasil, a principal atração foi a apresentação dos projetos vencedores dos concursos Ecoparque Itaipu e Reformulação e Ampliação do Refúgio Bela Vista. Soluções propostas revelaram não apenas fundamentos e inovações arquitetônicas, mas também os desafios enfrentados pelos arquitetos e urbanistas no cenário da sustentabilidade.
A Itaipu Binacional promoveu os dois concursos com apoio do IAB. O Refúgio Biológico Bela Vista, um dos atrativos turísticos da Itaipu, com cerca de 30 mil visitantes por ano, ganhou um projeto arquitetônico de reforma, ampliação e qualificação de espaços. O escritório Tempo Arquitetos, de São Paulo, representado por Augusto Longarine e Luiz Sakata – em parceria com a RibasMarçal Arquitetura – apresentou o projeto vencedor.
O projeto abrange a Casa do Sol e da Lua, Torre de Observação, Pergolado com cantina e sala de estar, Mirante e Recinto de Imersão. Augusto Longarine afirmou que o projeto exigiu abordar diversas escalas, do macrozoneamento ao edifício, visando atrair tanto turistas quanto a população local.
SUSTENTABILIDADE
Complexidade da empreitada levou-os a pensar na interface com a exuberante natureza local, optando por métodos de construção modular para minimizar o impacto ambiental. “Pensamos em reduzir ao máximo o stress dos materiais sobre a natureza”, disse.
Marcelo Ribas detalhou aspectos que minimizam o impacto nos animais soltos na reserva. “Escolhemos a cor vermelha porque é a menos visível aos olhos dos animais”, afirmou. “Tivemos consultoria de biólogos, veterinários, paisagistas e engenheiros.”
Luiz Sakata descreveu a Torre de Observação, destacando suas três paredes não conectadas que proporcionam vistas panorâmicas para a usina, floresta e cidade.
ECOPARQUE ITAIPU
O projeto do Ecoparque Itaipu foi apresentado pelo escritório AP Arquitetos, representado pelos arquitetos e urbanistas André Augusto Prevedello e Estevan Barin Moreira. Segundo André, a proposta busca integrar o parque à cidade, com foco na dinamicidade e leveza da arquitetura.
“Para que a Arquitetura não se torne protagonista, ela precisa ser muito leve e dinâmica, com grandes vãos”, disse. “É uma Arquitetura que se transforma do dia pra noite, com estruturas semipermeáveis e membranas que filtram a luz.”
Essa proposta se materializou no Pavilhão Principal e da Grande Tenda, aliada a um mirante de 20 metros de altura. Estevan Moreira enfatizou o projeto de experiências, com um espaço sensorial específico para autistas. “Nós projetamos experiências. Alameda reúne várias atividades, com passagens sombreadas, paredes de escalada e pista de skate. Escolhemos uma Arquitetura coadjuvante à natureza”, afirmou.
Os arquitetos ressaltaram a importância do exercício do concurso como prática, destacando o papel do IAB na definição clara dos objetivos arquitetônicos. “Concursos são oportunidades para jovens arquitetos acessarem grandes projetos. É quase uma atividade lúdica, um momento de experimentação”, afirmou Luiz Sakata.
Confira a apresentação na íntegra: