Entrevista com Mariana Simas, diretora-executiva do studio mk27
Fundado no final dos 1970 pelo arquiteto Márcio Kogan, o studio MK27, com sede em São Paulo, está presente hoje em dez países e quatro continentes. “No ano passado, completamos nosso primeiro projeto privado na Europa – um conjunto de duas casas quase gêmeas, em Ibiza”, explica a arquiteta e urbanista Mariana Simas, diretora-executiva da empresa.
Batizadas Xuxu Houses, elas foram concebidas a partir do trabalho colaborativo entre Marcio Kogan e Suzana Glogowski, sócia e uma das diretoras de arquitetura do estúdio, e se baseia na integração entre os ambientes externos e internos, com luz natural e espaços amplos e arejados – uma filosofia que dialoga com o estilo de vida da famosa ilha.
Formada em arquitetura pela FAU-USP em 2006, Mariana tem um MBA pela FGV em Gerenciamento de Escritórios de Arquitetura. Ganhou o Prêmio Jovens Arquitetos do IAB e Best of the Year da revista americana Interior Design por seu projeto Casa Pier. Ela está no studio mk27 desde 2008 e coordena as áreas de planejamento estratégico, novos projetos, jurídico, financeiro e comunicação.
Quais foram os primeiros trabalhos do Studio mk27 no exterior?
Os primeiros trabalhos no exterior foram residências, ambas na América do Sul, a Casa Punta, projeto de 2008 e finalizado em 2011, no Uruguai, e a Casa Rocas, do mesmo ano, finalizada em 2012 no Chile. A casa Punta foi finalista em diversas premiações, e premiada no LEAF Awards, em 2011. Após o projeto do hotel Patina nas Maldivas, em 2012, o cenário mudou bastante no escritório. Com ele ganhamos diversos prêmios ao redor do mundo, e passamos a ter maior conhecimento no exterior. Ano passado, completamos nosso primeiro projeto privado na Europa – um conjunto de duas casas quase gêmeas, em Ibiza.
Em que países o escritório atua hoje? É mais comum atuar em projetos arquitetônicos para residências ou para empresas?
O escritório está presente hoje em dez países, quatro continentes, atuando principalmente em residências, ainda que para incorporações residenciais.
Quais as principais dificuldades no processo de internacionalização do escritório?
Encontrar os parceiros corretos, que nos ajudem a entender as culturas construtivas locais e traduzir nossa linguagem da maneira mais correta possível.
Dar aulas no exterior pode ser um caminho para obter maior visibilidade externa?
Com certeza, ajuda, mas existem também outros caminhos, ligados à Academia nacional e também à comunicação dos projetos.
Que conselhos você dá para arquitetos que buscam essa internacionalização?
Cuidar com carinho da documentação e comunicação das ideias e projetos, concluídos ou não. Nunca tratamos a internacionalização como um objetivo, mas como consequência da busca pela excelência, da boa e constante comunicação do nosso trabalho e da profissionalização dos nossos processos e relações.