Análise feita pelo Departamento da Indústria da Construção da Fiesp (Deconcic) mostra que houve queda de 7,6% nos investimentos em obras e serviços no Brasil em2015, em relação a 2014. Na mesma base de comparação, o valor adicionado (ou PIB) da cadeia produtiva somou R$ 501,9 bilhões, com baixa de 7,7%. No acumulado de 2015, o número de pessoas ocupadas na cadeia produtiva da construção caiu 3,6% em relação ao ano anterior – o equivalente ao fechamento de 461 mil postos de trabalho em todos os elos da cadeia.
Investimentos em obras
Em 2015, os investimentos em obras e serviços alcançaram R$ 617,4 bilhões, valor correspondente a 10,5% do PIB brasileiro, indicando redução da participação da cadeia produtiva da construção na atividade econômica do país em relação a 2014 (no qual a fatia foi de 10,8%). Isso ocorreu porque houve quedas expressivas de investimentos ao longo de 2015. No primeiro trimestre o valor de investimentos caiu 4,0% em termos reais e no segundo trimestre, 5,2%. No terceiro trimestre houve crescimento de 2,8% em relação ao trimestre anterior e, no último trimestre do ano, houve crescimento de 1,4% nessa comparação. A variação acumulada em 2015 foide -7,6% em relação a 2014.
PIB, faturamento e ocupação
Em 2015, o faturamento da cadeia da construção alcançou R$ 1,158 trilhão, praticamente o mesmo valor de 2014. Desse total, 53,3% foram referentes a obras e serviços da construção. O valor adicionado (ou PIB) da cadeia produtiva somou R$ 501,9 bilhões, sendo que 65,1% estavam associados às atividades da construção civil, 10,5%, à indústria de materiais, máquinas e equipamentos para construção e 8,7% às atividades de comercialização e materiais. Os serviços – que incluem as atividades dos escritórios de engenharia e arquitetura, das análises e ensaios de materiais, dos serviços de apoio à construção e das atividades de manutenção condominial –responderam por 24,4% do PIB da cadeia produtiva da construção.
Esse resultado indica uma queda real de 7,7% do PIB da cadeia produtiva da construção em 2015 em relação a 2014. A indústria de materiais de construção registrou queda real de 10,3%, e o valor adicionado pelas construtoras registrou retração real de 9,0% estimativamente. As atividades comerciais também tiveram redução acentuada de PIB: 8,4%. Assim, o que freou a queda do PIB da cadeia produtiva da construção como um todo foi a menor queda registrada nas atividades do segmento de serviços, principalmente em razão das atividades de manutenção predial, as quais têm mais constância.
O número de pessoas ocupadas na cadeia da construção encerrou 2015 em 12,2 milhões, o equivalente a 13,2% da força de trabalho ocupada no país. Desse total,68,8% das pessoas estavam ocupadas em atividades da construção (construtoras, autoconstrução e reformas). O número de pessoas ocupadas na cadeia produtiva da construção em 2015 caiu 3,6% em relação ao ano anterior. Isso equivaleu ao fechamento de 461 mil postos de trabalho em todos os elos da cadeia. Considerando aevolução do PIB da cadeia produtiva da construção, que caiu 7,7% em igual comparação, a produtividade apresentou redução de 4,2% no acumulado do ano, o que teve impacto direto na rentabilidade dos negócios na cadeia.
De acordo com as projeções do ConstruBusiness 2015, e considerando a revisão das contas nacionais divulgadas ao final do ano passado, nota-se que os investimentos em construção ficaram bem abaixo das necessidades para o país crescer de forma sustentável com desenvolvimento urbano e da infraestrutura econômica. Para o atingimento das metas de desenvolvimento, seria necessário investir R$ 679 bilhões por ano em obras e serviços da construção. Os investimentos realizados em 2015,no valor de R$ 617,4 bilhões, ficaram 9,1% abaixo das necessidades.
Fonte: FIESP
Publicado em 02/05/2016