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Janete Costa: A marca da cultura popular na Arquitetura pernambucana

Janete Costa (Foto: Arquivo Pessoal)

A paixão pela exuberância cultural e pela diversidade do Brasil são a marca do legado da arquiteta Janete Costa, falecida em 2008. Nascida em Garanhuns, Agreste de Pernambuco, ela fez do seu trabalho uma extensão da cultura popular do País e transformou a realidade da profissão ao defender a ideia de que a arquitetura deveria expressar uma identidade regional e nacional. Sua responsabilidade social foi a de integrar o erudito e o popular, colocando-os no mesmo patamar e no mesmo espaço.

 

Por conviver desde muito cedo com artistas populares, muito antes de sua atuação como arquiteta, Janete Costa costumava dizer que trabalhava com o artesanato, por isso achava fundamental lembrar as tradições culturais do Brasil em sua obra. Para ela, o artesanato brasileiro era tão importante quanto movimentos culturais como o art nouveau e art decor. Com uma sensibilidade peculiar, a pernambucana corroborava a força da arquitetura pelo espetáculo da beleza capaz de promover uma transformação sociocultural.

 

Formada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1961, Janete trabalhou principalmente na área da arquitetura de interiores, pensada como expressão do coletivo. Além de transformar o cenário da profissão com a valorização da cultura popular, Janete foi uma das importantes personagens da geração que construiu a identidade da moderna arquitetura brasileira.

 

Essa articulação entre arte popular e arquitetura de interiores lhe rendeu reconhecimento mundial. Janete Costa promoveu exposições em países como Portugal, Estados Unidos e França, e foi convidada pelo governo da China a conhecer o país. No Brasil, recebeu prêmio concedido pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o título de melhor arquiteta por três anos consecutivos pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), entre outras condecorações. Em 2011, foi homenageada no Recife com a galeria de arte Janete Costa. Já em 2012, deu nome ao Museu de Arte Popular da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.

 

Em 2014, a produção da arquiteta foi condensada no Inventário Janete Costa, coordenado pelo conselheiro federal por Pernambuco Fernando Diniz. Disponível nesta página, o trabalho reúne um acervo composto de plantas, fotos, revistas, slides, documentos, maquetes, material gráfico das exposições e vídeos.

 

O protagonismo da arquitetura extrapolou a esfera profissional, invadindo também a vida pessoal de Janete Costa. Casou-se pela segunda vez com o também arquiteto modernista Acácio Gil Borsoi e teve quatro filhos (três do primeiro casamento e um do segundo), que seguiram seus passos e a ajudaram a comandar escritórios de arquitetura no Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

 

 

 

Por Laura Cortizo, da Diálogo Comunicação Integrada, prestadora de serviços ao CAU/PE

 

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