A oitava edição da ForMóbile – Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira -, realizada em São Paulo entre os dias 10 e 13 de julho, no espaço São Paulo Expo, um dos principais eventos da indústria moveleira da América Latina, contou com a participação de arquitetos e outros profissionais mato-grossenses, inclusive proferindo palestras.
O Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) montou estande durante os quatro dias de evento, recebendo mais de 1.500 pessoas. A feira registrou 59.160 participantes que conferiram as tendências e inovações em acessórios, máquinas e equipamentos, ferragens, matérias-primas e insumos, apresentadas por cerca de 500 marcas de 13 países. O resultado surpreendeu em volume de negócios realizados.
O objetivo do Cipem é continuar realizando estudos que subsidiem o desenvolvimento do setor de base florestal ao mesmo tempo em que promove a participação dos empresários e profissionais de diversas áreas em feiras segmentadas. E a organização já prospecta a participação em mais duas importantes feiras: Feira de Transformação, Beneficiamento, Preservação, Biomassa, Energia e Uso da Madeira (Lignum), que acontece ainda este ano no Paraná; e a Feira Internacional de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (FIMMA), que acontecerá em 2019 no Rio Grande do Sul.
Na ForMóbile realizada em São Paulo, os arquitetos Roberto Lecomte e José Afonso Botura Portocarrero abordaram palestras sobre as diversas possibilidades do uso da madeira nativa e replantada, em substituição ao aço e concreto . Um mercado que pode absorver esse crescimento é o setor da construção civil. “O concreto é um material com alto custo de produção e construção, enquanto a madeira economiza tempo e dinheiro numa obra”, afirmou Lecomte.
O aspecto da sustentabilidade da madeira foi destacado por Portocarrero. “O concreto precisa do cimento, da pedra, do calcário, sendo altamente poluente e degrada o meio ambiente. Já a madeira é um material mais inteligente , quando utilizada de fonte controlada, é o único material considerado renovável”, reforçou o arquiteto que também é professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Portacarrero foi convidado a participar devido à sua experiência com obras sustentáveis. Ele é autor de uma pesquisa sobre habitação indígena e que também ajudou a basear o projeto de construção do Centro Sebrae de Sustentabilidade, de sua autoria, localizado em Cuiabá e que conquistou um prêmio internacional de construções sustentáveis, o Breeam Awards 2018. “Foi a primeira vez que fui convidado para uma feira de madeiras, mobiliários e máquinas. Fiquei impressionado com a dimensão do evento, com indústrias do mundo inteiro, da China, Suíça, Itália, Inglaterra, por exemplo. Fiquei surpreso por ver o nível da sofisticação de equipamentos, de robôs que são utilizados para fazer os cortes, que pegam a madeira e colocam na fresa, as indústrias que avançaram muito tecnologicamente”.
Simone Alves, Comunicação CAU/MT
Fonte: CAU/MT