Faleceu em Belo Horizonte o arquiteto e urbanista Raimundo Rocha Diniz, aos 93 anos de idade. Engajado nas propostas arquitetônicas modernistas de Mies van der Rohe, foi autor de agências bancárias icônicas em São Paulo, especialmente a sede do Banco Nacional (na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta), além de prédios residenciais e casas que se destacam na paisagem paulistana. Em parceria com o arquiteto e urbanista Sidônio Porto, dividiu um produtivo escritório entre os anos 1965 e 1975.
Como David Libeskind, seu colega de faculdade em Belo Horizonte, rapidamente expandiu seus limites e foi trabalhar em São Paulo. Uma vez estabelecido na cidade, convidou o jovem colega Sidônio Porto para trabalhar com ele na capital paulista. “Era um amigo muito alegre, brincalhão, mas com desprendimento da vaidade profissional”, lembra Sidônio. “Sua Arquitetura era muito clean, inspirada em Mies van der Rohe”.
Como parceiros de trabalho, eles puderam mostrar sua versatilidade e inovação em projetos como o Edifício Oscar Americano, projetado em 1968. “Essa obra ficou marcada por ser o oposto do Banco Nacional, que tinha a fachada toda envidraçada. Nesse prédio, fizemos a fachada pré-fabricada de concreto. Nossa proposta original, inclusive, era fazer toda a estrutura industrializada”. Os dois também desenvolveram pesquisas voltadas à industrialização da construção.
Raimundo passou a se dedicar a agropecuária a partir de 1975. Na década de 1990, voltou para Belo Horizonte, onde continou fazendo trabalhos esporádicos, enquanto o ex-sócio seguiu com o escritório, que se mantém até hoje em atividade.