A Arquitetura de Iluminação é um mercado em franca expansão no Brasil. Com o advento da iluminação artificial baseada em tecnologia LED (Light Emitting Diode, ou Diodo Emissor de Luz), novas possibilidades se abrem para arquitetos e urbanistas projetarem espaços corporativos, comerciais e residenciais. “O LED é um salto qualitativo gigantesco que tornou a iluminação artificial mais popular, mas também trouxe outros desafios”, afirma o conselheiro do CAU Brasil José Gerardo da Fonseca Soares, do Piauí. “Arquitetos e Urbanistas têm que saber utilizar os equipamentos, entender como se comporta a fonte de luz além de termos técnicos como: temperaturas de cor, abertura de facho, ofuscamento, etc”.
Para Gerardo, a Luminotecnía é uma disciplina que veio para ficar. A tecnologia LED está presente em quase a totalidade dos projetos, mas ainda não está sendo devidamente explorada em todas as suas possibilidades. “Existem sistemas dinâmicos de iluminação onde o arquiteto pode, por exemplo, programar a temperatura da luz artificial para que ela acompanhe o ciclo diário do sol e simule a iluminação natural em um ambiente interno”, explica o conselheiro do CAU Brasil. “Em um mesmo local, um restaurante por exemplo, pode ter iluminações diferentes para o momento do café da manhã, outra cena de iluminação no almoço e outra no jantar, tudo isso em um único sistema de iluminação”.
QUALIDADE DE VIDA
Arquitetura da Iluminação pode ser fundamental na especificação e otimização dos equipamentos além de reduzir do gasto energético em uma edificação. A Iluminação artificial é essencial para as pessoas desenvolverem atividades em um ambiente construído. Outro aspecto importante é a influência da iluminação artificial na saúde humana, pesquisas indicam que os efeitos nocivos relacionados com a exposição intensa a que estamos submetidos na vida contemporânea. “Estamos sob incidência de luz artificial em todos os momentos, desde a hora que acordamos até a hora de dormir. Não era assim durante toda a existência humana, só muito recente esta situação foi alterada. Estudos apontam ligação direta entre esta exposição excessiva e casos de depressão”, afirma Gerardo.
No Brasil, a demanda de projetos de iluminação parte de clientes comerciais, corporativos e hotelaria, com projetos residenciais em crescimento exponencial. “Os clientes comerciais entenderam que a iluminação é um vendedor silencioso. É o que garante que o produto será exibido da maneira correta. O ser humano, como a maioria dos animais, é atraído pela luz”, diz o conselheiro. “Nos projetos corporativos, por outro lado, já existe maior preocupação em se humanizar o ambiente, trazendo conceitos para o bem-estar. Descobriu-se que uma boa iluminação traz maior produtividade aos funcionários. A iluminação de paisagismo está saindo das práticas amadoras e, assim como a iluminação pública, já existe a busca por profissionais especializados.”
Atividade de “lighting designer” é nova, e no futuro poderá se transformar numa profissão regulamentada. “Trabalhamos para que se exija que os todos os projetos venham acompanhados de toda a parte luminotécnica, com cargas e seções, taxa de consumo etc., com vistas à sustentabilidade”, diz Gerardo. Nos Estados Unidos e em países da Europa e da Ásia já existem legislações nesse sentido. “Existe uma demanda mundial por esse profissional. É uma demanda aberta”.
Porém, a atuar como profissional da área exige dedicação integral. Além de aprender nos livros, tem que participar de eventos ligados à área, um extenso network com fabricantes e outros especialistas, enfim, uma constante atualização, pois a tecnologia avança a passos largos. O conselheiro do CAU Brasil destaca que a grade curricular das IES de Arquitetura e Urbanismo é uma das mais completas para quem deseja se profissionalizar nesse seguimento.
DISSEMINANDO CONHECIMENTO
O conselheiro Gerardo Fonseca acaba de ser releito para seu segundo mandato como vice-presidente da Associação Brasileira da Arquitetura de Iluminação (Asbai). “Nós trabalhamos para que as cidades e as edificações tenham um projeto de iluminação mais racional. Nosso objetivo é que o domínio da técnica possa ser em prol da constante melhoria da qualidade de vida”, diz. A Asbai, criada há mais de 20 anos, realiza palestras, cursos e eventos, buscando disseminar o conhecimento da luz por todo o país.
A nova gestão da Associação Brasileira da Arquitetura de Iluminação (Asbai) assumirá o mandato em janeiro de 2022, sob liderança da arquiteta e urbanista pernambucana Mohana Barros. A Asbai conta hoje com associados espalhados por todos os estados do país, e investe no aprimoramento dos profissionais. “Nossa associação está em constante evolução e mudança. Queremos difundir a cultura do Lighting Design no Brasil. Até por força da inovação tecnológica, não podemos nos fechar a novas realidades”, afirma o conselheiro.
Formação da Nova Diretoria da AsBAI:
Arquiteta e Urbanista Mohana Barros (PE) – Presidente
Arquiteto e Urbanista Gerardo Fonseca (PI)- Vice-presidente
Arquiteto e Urbanista Eder Ferreira (SP) – Diretor administrativo e financeiro
Arquiteta e Urbanista Mônica Rio Branco (RJ)- Diretora de relações culturais
Arquiteta e Urbanista Marina Makowiecky (SC) – Diretora de Relações Sociais